Familiares enterraram nesta segunda-feira (27) as vítimas de um ataquelançado por militares dos Estados Unidos no território da Síria, neste domingo. Durante os funerais, moradores furiosos gritavam refrões anti-EUA, como "Abaixo Bush e o inimigo americano".
O governo sírio afirmou que quatro helicópteros militares dos EUA atacaram um edifício civil em construção, pouco antes do pôr-do-sol do domingo. O ataque ocorreu em Sukkariyeh, distante oito quilômetros da fronteira com o Iraque.
Um comunicado do governo sírio sustenta que oito pessoas morreram na operação, entre elas um homem, seus quatro filhos e uma mulher. Porém funcionários locais afirmam que houve sete homens mortos e duas pessoas ficaram feridas. Um jornalista da Associated Press contou sete corpos de homens nos funerais, nenhum deles menor de idade. A divergência não havia sido explicada.
Um militar norte-americano confirmou no domingo que forças especiais realizaram um ataque na Síria cujo alvo era uma rede de rebeldes estrangeiros ligada à Al-Qaeda. Washington argumenta que vários extremistas utilizam a fronteira síria para chegar ao Iraque e combater as forças locais e estrangeiras no país.
A operação ocorreu dias depois de um comandante dos EUA no país afirmar que as tropas norte-americanas estavam redobrando a segurança na fronteira síria.
Um funcionário graduado antiterrorismo dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira que as forças de operação mataram o chefe de uma rede síria que fornecia armas, dinheiro e combatentes aos insurgentes no Iraque. Segundo ele, que falou sob anonimato, a operação matou o militante apelidado de Abu Ghadiyah.
Um morador de Sukkariyeh filmou a chegada dos helicópteros americanos com a câmera de um celular. O vídeo, visto pelo jornalista da Associated Press, mostra os helicópteros chegando mas não um suposto desembarque de soldados. Outro morador disse que soldados americanos desembarcaram, capturaram dois homens e levaram os prisioneiros embora em um helicóptero.
A Síria qualificou o ato como uma "agressão séria". O Irã condenou a iniciativa. Já funcionários iraquianos advertiram que a ação pode prejudicar a aprovação de um pacto entre o Iraque e os EUA sobre a permanência das tropas estrangeiras em solo iraquiano. O mandato da ONU que regula a presença das tropas expira em 31 de dezembro.
Também nesta segunda-feira, uma entrevista coletiva entre ministros de Relações Exteriores de Grã-Bretanha e Síria foi cancelada. O governo britânico se negou a comentar a operação do domingo, alegando que era um assunto dos sírios e dos norte-americanos. Segundo o governo britânico, os dois lados concordaram que não era o momento apropriado para uma entrevista coletiva conjunta.
Rússia
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia criticou duramente a atuação dos militares norte-americanos. Um porta-voz da pasta, Andrei Nesterenko, afirmou em comunicado que a guerra ao terror não deve ser usada como pretexto para atacar nações soberanas. Além disso, Moscou advertiu que a investida pode ampliar a tensão na região. A Rússia tem laços próximos com a Síria desde a era soviética. As informações são da Associated Press.
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