A ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, sequestrada há cinco anos pela principal guerrilha colombiana, permanece na Colômbia e não foi levada a nenhum país vizinho, disse no sábado um líder rebelde.

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A Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) descartaram uma recente versão do presidente Alvaro Uribe, que garantiu que o governo tinha informação de que a política de 45 anos havia sido retirada do país.

``Os enganos e cortinas de fumaça de palácio começaram a cansar todo mundo. Não tem pé nem cabeça a recente história de Uribe ..., segundo a qual Ingrid Betancourt estaria retida em um país vizinho'', disse Iván Márquez, membro do secretariado das FARC em uma declaração na internet (wwww.anncol.org).

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A Colômbia possui fronteiras terrestres com Venezuela, Brasil, Peru, Ecuador e Panamá, países aos quais ocasionalmente passam colunas de guerrilheiros para fugir da perseguição do Exército, segundo fontes de segurança.

Yolanda Pulecio, a mãe de Betancourt, questionou a versão do governo sobre o paradeiro da filha, mas disse temer que uma operação de resgate coloque em risco a vida dela.

Márquez disse que a fuga do chanceler Fernando Araújo no dia 31 de dezembro durante uma operação de resgate em uma zona de selva do norte do país foi ``só uma sorte entre mil''. Araújo, nomeado nesta semana ministro das Relações Exteriores, permaneceu seis anos sequestrado pelas Farc como parte de um grupo de mais de 60 reféns que a guerrilha quer trocar por guerrilheiros presos.

"RESGATE É IRRESPONSABILIDADE"

``O resgate militar é simplesmente uma irresponsabilidade. Em vez de recusar, Uribe deveria olhar de frente para a troca (de prisioneiros)'', insistiu o líder do grupo guerrilheiro ativo mais antigo do hemisfério, formado por cerca de 17.000 combatentes.

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As Farc exigem que Uribe retire o Exército e a polícia de duas cidades do sul do país, em um região montanhosa de 780 quilômetros, para que seus delegados e os do governo se reúnam e negociem um acordo que permita a liberdade dos reféns e dos rebeldes detidos.

Mas Uribe se opõe a desmilitarizar a área exigida pela guerrilha.

Apesar de ter mandado apertar o cerco militar aos rebeldes, surpreendentemente, Uribe autorizou na sexta-feira que os familiares dos reféns tentem contatos com o grupo rebelde que permitam uma aproximação para chegar a um acordo que leve à libertação.

Uribe vem recebendo pressão internacional, principalmente de governos europeus como o da França, para fechar um acordo com a guerrilha que permita a libertação de Betancourt, que se transformou em um símbolo do sequestro.

Apesar de a guerrilha usar o sequestro como uma importante fonte financeira, o caso de Betancourt e os outros 60 reféns é de caráter político. Mais de 3.100 colombianos permanecem sequestrados atualmente no país.

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