As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia afirmaram que houve avanços na mesa de negociações com o governo do país e reconheceram que ambos os lados têm dificuldades para divulgar os temas tratados à população. "Podemos apresentar avanços indiscutíveis, como em nenhum outro momento da história do país, mas ainda há desconhecimento na Colômbia do que está ocorrendo", disse o dirigente rebelde Ricardo Téllez.

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Os representantes do governo, liderados por Humberto de la Calle preferiram não comentar as negociações. Téllez, cujo nome legal é Rodrigo Granda, respondeu aos colombianos que pedem mais agilidade na mesa de negociação instalada quase um ano. Até o momento, apenas dois dos seis pontos que precisam ser analisadas foram acordados nos encontros. "Os tempos da mesa são os que podemos ter. Se há atrasos é por culpa de ambos os lados", comentou.

O representante das Farc lamentou que a imprensa esteja se apegando aos pequenos detalhes do processo de negociação e não reconheçam os avanços, como as 100 propostas realizadas no marco do primeiro ato de encontro com o governo. Os acordos se concentraram no setor de agricultura e na reforma agrária, origem do conflito armado que já dura cinco décadas.

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A agenda prefixada de debate conta com seis pontos e atualmente discutem o segundo, sobre a participação política. Os demais fazem referência, por exemplo, ao combate de drogas ilícitas e a reparação às vítimas da Farc.

Os rebeldes insistiram na proposta para convocar uma Assembleia Constituinte como forma de referendar os possíveis acordos. "A Assembleia Constituinte não perde a validade e ganha mais espaço no país", disse Téllez. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou que não vai aceitar a ideia das Farc e espera aprovar apenas um referendo.

Ontem, o Senado colombiano aprovou um projeto de lei apresentado pelo presidente para retirar a proibição de realizar referendos na mesma data das eleições presidenciais ou legislativas. O objetivo é poder organizar o referendo para ratificar um eventual acordo com as Farc.