O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o líder do movimento Hamas, Khaled Meshal, anunciaram nesta quinta-feira no Cairo que chegaram a um acordo para uma "parceria" que leve a um governo de unidade nos territórios palestinos e a eleições dentro de um ano. As duas partes concordaram em se reunir em 20 de dezembro, quando discutirão a reestruturação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), grupo chefiado por Abbas e do qual participa seu movimento Fatah. O Hamas não participa da OLP e busca um papel na organização, um guarda-chuva que inclui vários grupos palestinos.
"Não existem mais diferenças entre nós. O que é mais importante é que chegamos a um acordo como parceiros e dividimos nossa responsabilidade para com nosso povo e nossa causa", disse Abbas. Meshal disse que ele e Abbas abriram uma "nova página" nas relações. Ele disse que levará algum tempo até que os acordos fechados hoje sejam colocados em prática, mas não entrou em detalhes.
Abbas queria que seu primeiro-ministro na Cisjordânia, o economia Salam Fayyad, fosse chefe do governo interino entre Fatah e Hamas, mas o Hamas rejeitou a sugestão. Ainda não está claro se Abbas desistiu da candidatura de Fayyad, um economista respeitado no Ocidente, após as conversas de hoje. O Hamas acredita que Abbas e Fayyad são próximos do Ocidente.
O Fatah e o Hamas entraram em guerra aberta em 2007, quando o movimento islâmico tomou pela força a Faixa de Gaza, onde exerce um governo independente. Abbas e a ANP governam a Cisjordânia, sob a tutela de Israel, que exerce ocupação militar na região.
Abbas, com 76 anos, disse que não concorrerá novamente ao cargo de presidente quando ocorrerem eleições entre os palestinos. O Fatah foi derrotado pelo Hamas nas urnas em 2006, quando os palestinos fizeram eleições para um parlamento.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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