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Os movimentos palestinos Hamas e Fatah acertaram que o governo de transição que formarão como parte do acordo de reconciliação firmado em maio terá sua sede na Faixa de Gaza, informa neste sábado (19) o jornal israelense "Haaretz".

Ahmed Yousef, assessor do primeiro-ministro Ismail Haniyeh, declarou neste sábado que o novo premiê será de seu partido e que o governo não ficará em Ramala, sede da Autoridade Nacional Palestina (ANP), mas em Gaza, governada pelos islâmicos, informou o correspondente de assuntos palestinos do jornal.

O novo gabinete, formado por tecnocratas e políticos independentes, é um dos principais desafios do acordo que procura pôr fim às rivalidades entre os dois grandes partidos palestinos, que governam separadamente Cisjordânia e Gaza desde 2007.

O histórico acordo de maio ficou à espera do pedido que o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, apresentou em setembro à ONU para que a Palestina seja aceita como Estado membro de pleno direito, e agora as partes tentam levá-lo à prática.

Na quarta-feira, Abbas se reunirá no Cairo com o líder do Hamas, Khaled Mashaal, para tentar acertar os últimos detalhes e espera-se que anuncie a identidade do próximo primeiro-ministro.

O Fatah exigia até agora que Salam Fayyad, chefe do governo de Ramala, seguisse liderando o Executivo, uma postura da qual parece ter abdicado e que teria impulsionado as últimas negociações.

Alguns porta-vozes islâmicos chegaram a acusar o primeiro-ministro de obstruir o processo de reconciliação por não querer deixar seu cargo.

"Nunca serei um obstáculo ou elemento de instabilidade porque sou uma pessoa responsável", escreveu neste sábado em sua página do Facebook Fayyad, que foi designado por Abbas em 2007, depois da rebelião do Hamas em Gaza contra a ANP.

"Costuma-se dizer que eu fui imposto aos palestinos em todos os postos que ocupei, mas francamente esse argumento é ofensivo para os palestinos em primeiro lugar, para as facções palestinas e para mim pessoalmente", acrescentou.

Segundo Yousef, o Hamas apoiará o pedido à ONU - que rejeitava até agora - e o programa político de todas as facções palestinas que entrarem no novo governo será o de conseguir um Estado nas fronteiras de 1967 com capital em Jerusalém Ocidental.

Como parte da reconciliação, o presidente palestino visitará Gaza em breve.

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