Favorito na disputa presidencial deste domingo (6) na Bolívia, o presidente Evo Morales, que tenta a reeleição, deverá conseguir também a maioria entre os deputados e os senadores eleitos. Atualmente o Senado é comandado pela oposição. A avaliação é de diplomatas e observadores brasileiros que acompanham o processo eleitoral boliviano. A partir desta sexta-feira (4) estão proibidos comícios e manifestações de rua no país.
As eleições terão novas regras. Em abril, o presidente conseguiu aprovar a reforma da legislação eleitoral antecipando as eleições e permitindo que o peso eleitoral, em caso de vitória do candidato majoritário, funcione como critério de proporcionalidade.
Os cerca 5,1 milhões de eleitores bolivianos vão escolher além do presidente da República, 130 deputados e 36 senadores. Pela nova legislação, as autoridades eleitorais vão coletar as digitais dos eleitores e fotografá-las, além de digitalizar as assinaturas. Pela primeira vez, aproximadamente 300 mil bolivianos que vivem no exterior vão votar.
Uma comissão de observadores estrangeiros está na Bolívia para acompanhar as eleições. O presidente da Comissão de Observadores do Mercosul é o deputado Doutor Rosinha (PT-PR) . Segundo ele, o clima em La Paz, capital administrativa da Bolívia, é de tranquilidade e não há sinais de tumulto ou confusões em decorrência dos debates políticos.
Em geral as eleições na Bolívia envolvem campanhas silenciosas e discretas, exceto no caso dos comícios. Mas como a partir de hoje eles [os comícios] estão proibidos, está tudo aparentemente tranquilo, afirmou o parlamentar. "Há uma preocupação muito grande das autoridades para que o processo todo seja transparente e organizado, completou.
Na quinta-feira (3), ao encerrar uma série de comícios, Morales atacou os adversários chamando-os de representantes do neoliberalismo e politiqueiros. Depois o presidente afirmou o que o motiva a tentar a reeleição. Desejo ficar cinco anos mais porque aprendi muito nestes quatro anos.
A plataforma de Morales está baseada em realizar obras para cada um dos nove departamentos bolivianos - o equivalente aos estados no Brasil -, construir termelétricas em Santa Cruz - o departamento mais rico e reduto da oposição - estradas, além de outros projetos de infraestrutura.
Ao longo do processo pré-eleitoral, Morales e o seu principal adversário, Manfred Reyes Villa, trocaram insultos e ameaças.
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