O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, escreveu em sua coluna chamada "Reflexiones" sobre a morte do dissidente cubano Orlando Zapata Tamayo e sobre as críticas feitas ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que esteve no país, mas não protestou contra a morte de Zapata. Fidel acusou os críticos de Lula de "invejosos" de seu "prestígio e glória" e disse que usaram contra ele "as calúnias vis que há meio século são usadas contra Cuba".

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"Lula sabe há muitos anos que em nosso país jamais se torturou ninguém, jamais se ordenou o assassinato de um adversário, jamais se mentiu para o povo. Tem a segurança de que a verdade é companheira inseparável de seus amigos cubanos", disse Fidel em artigo publicado nesta terça-feira.

Quase uma semana depois da morte de Zapata, que provocou reações em todo o mundo, a televisão cubana colocou no ar, na noite de segunda-feira, uma reportagem de dez minutos defendendo a posição das autoridades sobre o caso.

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Segundo a matéria, os médicos tentaram convencer Zapata de interromper seu jejum, iniciado, segundo fontes oficiais, porque o homem exigia telefone, cozinha e televisão em sua cela.

"Iniciou e foi encorajado a tomar uma decisão que o levaria à morte: uma greve de fome se não fornecessem a ele cozinha, telefone e televisão em sua cela. O jejum de Zapata Tamayo começou em 8 de dezembro e ele morreu no dia 23 de fevereiro", disse a apresentadora.

O dissidente, que trabalhava como pedreiro e estava preso desde 2003, tinha 42 anos.

Dois dos cinco dissidentes que declararam greve de fome em homenagem a Zapata desistiram da medida. O diretor da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDDHHyRN), Elizardo Sánchez, disse nesta terça-feira que os prisioneiros Diosdado González e Eduardo Díaz desistiram de seu protesto nesta segunda e terça-feira, respectivamente, segundo informações dos familiares dos dissidentes.

Sánchez não pode confirmar se outros dois detentos, que supostamente também iniciaram uma greve de fome na sexta-feira, mantinham sua decisão.

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