O filho do líder religioso da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badie, foi morto nesta sexta-feira (16) durante confronto entre os islamitas e a polícia. A informação foi confirmada neste sábado (17) pelo Partido Liberdade e Justiça, braço político do movimento.
Ammar Badie, 38, foi um dos dezenas de mortos durante o confronto na praça Ramsés, no centro do Cairo, palco das manifestações de ontem que, segundo o Ministério da Saúde, deixaram 83 mortos e mais de mil feridos. Os islamitas, no entanto, dizem que as mortes passaram de cem.
Os protestos foram convocados em reação à ação da polícia da última quarta para desalojar ocupações dos islamitas na capital egípcia, que terminou em um massacre com mais de 600 mortos. Os acampamentos foram levantados em protesto à retirada do presidente Mohammed Mursi pelos militares, em 3 de julho.
A agremiação ligada à Irmandade Muçulmana informou que Ammar Badie foi baleado durante o protesto na praça Ramsés, mas não deu mais detalhes sobre a morte. Em julho, ele foi acusado pela Promotoria egípcia de incitação à violência durante protestos, assim como outras lideranças do movimento islâmico.
A morte do filho do líder islamita acontece dois dias após o assassinato da filha de um dos dirigentes do braço político da entidade, Mohammed el Beltagui, na última quarta. A nova baixa na liderança da Irmandade pode levar ao aumento da violência nos protestos dos islamitas, que convocaram marchas diárias nesta semana.