Dezesseis pessoas, incluindo os filhos de dois ministros, foram acusados neste sábado em uma investigação de corrupção na Turquia que atingiu o núcleo da elite governante e ameaçou a autoridade do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
O gerente-geral do banco estatal Halkbank também foi mencionado como uma das pessoas acusadas sob a ação que Erdogan chamou de "operação suja" e cuja meta seria minar seu governo.
Erdogan agravou a crise no sábado ao dizer que alguns embaixadores estrangeiros no país que não foram mencionados estiveram envolvidos em "provocações".
Alguns jornais pró-governo acusaram o embaixador dos EUA de encorajar a medida contra o Halkbank - acusação negada pelo diplomata.
A investigação, que abalou os mercados, é vista por muitos como sintoma de uma disputa de poder com um clérigo residente nos EUA que exerce influência na polícia e no judiciário. Dúzias de chefes de polícia foram retirados de seus postos desde que as detenções começaram.
O clérigo, Fethullah Gulen, criticou o expurgo na polícia, invocando a punição de Deus contra os responsáveis.
Erdogan não chegou a apontar Gulen como a mão por trás da investigação, mas a tensão entre o movimento (ou serviço) Hizmet, de Gulen, com Erdogan tem aumentado nos últimos meses.