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Filipinas: ajuda não chega a regiões mais afastadas por falta de gasolina

C-130 carregado com provimentos para as vítimas do tufão pousa nas Filipinas. Ajuda não chega aos locais mais distantes em virtude da falta de combustível no país | EFE/Stringer
C-130 carregado com provimentos para as vítimas do tufão pousa nas Filipinas. Ajuda não chega aos locais mais distantes em virtude da falta de combustível no país (Foto: EFE/Stringer)
Cidadãos de Tacloban transitam por ruas ainda repletas de entulhos após a passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas |

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Cidadãos de Tacloban transitam por ruas ainda repletas de entulhos após a passagem do tufão Haiyan pelas Filipinas

Área de Tacloban arrasada pelo tufão Haiyan |

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Área de Tacloban arrasada pelo tufão Haiyan

Um impasse ameaça paralisar as operações de resgate na zona mais devastada das Filipinas nesta quarta-feira, com suprimentos se acumulando, mas poucas maneiras para distribuí-lo. A gasolina é abundante, mas comerciantes não estão dispostos a vendê-la, e não há lugares suficientes para abrigar os voluntários que chegam à a cidade de Tacloban, na província de Leyete.

A paralisia foi sintetizada na primeira tentativa de Tacloban de realizar um enterro em massa das vítimas de Haiyan, cujos cadáveres passaram dias apodrecendo nas ruas e sob pilhas de escombros. A tentativa terminou em fracasso, já que os caminhões que transportavam mais de 200 cadáveres foram obrigados a voltar após tiros serem ouvidos nos limites da cidade. Não se sabe a identidade dos atiradores.

Diante dos problemas para prestação de ajuda, a chefe de assuntos humanitários da ONU, Valerie Amos, fez um apelo ao prefeito da cidade, pedindo ajuda para convencer os proprietários a reabrirem os postos de gasolina para abastecer os comboios carregados de suprimentos que não chegam às regiões do interior. Os postos têm combustível, mas os proprietários temem assaltos e violência.

"Precisamos de gasolina, por isso temos que ter algum tipo de centro de reabastecimento", disse Valerie ao prefeito Alfred Romualdez.

Romualdez, por sua vez, afirma que a cidade não pode lidar com o afluxo de trabalhadores de ajuda humanitária - já que praticamente não há veículos disponíveis para levá-los a partir do aeroporto.

"Tenho que pedir para que eles venham até aqui. Seja autossuficiente, porque aqui não há nada."

O conselho do prefeito aos moradores foi tentar voar para outras cidades e encontrar abrigo com parentes. Segundo ele, as autoridades locais estavam lutando para fornecer comida suficiente e água, além de enfrentar dificuldades na manutenção da lei e da ordem.

Estima-se que o tufão tenha deslocado mais de 800 mil pessoas. Os que vivem em casas ao longo da costa correm risco de novas inundações, uma vez que outra tempestade foi registrada nesta quarta-feira. Algumas pessoas deslocadas preferem permanecer em suas casas parcialmente danificadas a dirigir-se a um dos mais de 1.400 centros de recepção. Outros montaram tendas improvisadas.Risco de violência contra mulheres

Com linhas de energia ainda cortadas, a falta de iluminação aumentou a vulnerabilidade de mulheres e crianças em casa ou nos centros de recepção, especialmente à noite. Mulheres e crianças estão mendigando nas ruas por doações, expondo-se ao abuso e à exploração.

Um primeiro avião carregado com itens de ajuda humanitária da Agência de Refugiados da ONU (Acnur) sairá na quinta-feira, de Dubai, em direção a Cebu, no centro do arquipélago filipino. A agência irá distribuir lanternas movidas à energia solar para diminuir os riscos de violência contra mulheres e reforçar a proteção das famílias deslocadas. Também enviará lonas plásticas, cobertores, roupas e outros itens de ajuda para cerca de 1.400 famílias.

"Nossa equipe está em contato com as autoridades locais e outros parceiros de proteção nas nove regiões afetadas para avaliar a segurança física dos sobreviventes, o acesso a serviços básicos e a assistência humanitária. Também estamos atentos à proteção das mulheres, crianças e outros grupos vulneráveis, tais como idosos, deficientes e outros grupos minoritários", disse um porta-voz do Acnur.

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