A ajuda do FMI (Fundo Monetário Internacional) à Ucrânia foi um dos assuntos tratados em reunião de hoje entre o secretário do Tesouro dos EUA, Jacob Lew, e o ministro Guido Mantega (Fazenda).Mantega afirmou que a Ucrânia é um dos países membros do organismo e, portanto, está habilitada a receber a ajuda. O representante do Brasil no FMI, Paulo Nogueira Batista Júnior, participou da reunião.

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"Dentro das regras do fundo monetário, eu acredito que nós possamos, através de nossos diretores, organizar um programa de ajuda à Ucrânia", afirmou Mantega.Além da turbulência política, a Ucrânia passa também por uma crise econômica e precisa de dinheiro para arcar com dívidas internacionais, principalmente com a Rússia. A União Europeia já anunciou ajuda econômica e o FMI também poderá oferecer um empréstimo ao país.

No ano passado, o Brasil se absteve em uma votação de um empréstimo do FMI à Grécia, o que gerou um ruído com a cúpula do fundo.Na ocasião, Batista Júnior afirmou que as medidas impostas pelo organismo ao país (de austeridade) não estavam surtindo efeito. Mantega teve que se retratar com a presidente do FMI, Christine Lagarde. A interrupção do socorro à Grécia poderia reavivar a crise europeia.

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Mantega afirmou que a reforma do FMI foi discutida na reunião de hoje. O Brasil quer mais poder nas discussões do organismo internacional, mas a nova divisão de poderes está parada desde 2011, pendente de uma votação no Congresso dos EUA. Lew se disse favorável à reforma em entrevistas recentes.

"A reforma [do FMI] tem que terminar para que haja uma distribuição das novas cotas e o fundo monetário esteja fortalecido", disse.

"É importante que nós continuemos a fortalecer o FMI para que ele possa desempenhar o seu papel de ajuda aos países que se desequilibram, como a Ucrânia."

Sanções

Os EUA anunciaram hoje a aplicação de sanções contra a Rússia, em razão da ocupação da região ucraniana da Crimeia. Segundo Lew, as sanções são duras e têm como objetivo preservar a soberania da Ucrânia.

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Para o americano, as sanções já provocam prejuízo à Rússia, mas sugeriu que mais ações podem ser empregadas. "Nós estamos preparados para adotar sanções adicionais que imponham perdas econômicas [à Rússia]".Segundo Lew, os dois conversaram sobre a conjuntura econômica internacional e discutiram retomar as relações bilaterais comerciais entres os dois países.

O americano afirmou que empresas dos EUA estão dispostas a firmar parcerias para fornecer capital e conhecimento para os desafios do Brasil na área de infraestrutura.

"Essas conversas representam um esforço na aproximação entre Brasil e EUA", afirmou.Em visita ao Brasil, o americano encontrou-se também com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Recuperação lenta

Mantega afirmou aos jornalistas que a recuperação da economia americana "ainda está mais lenta do que gostaríamos" e afirmou que a transição afeta os países emergentes, como o Brasil.

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"A volatilidade causada pelo Fed foram assimiladas pelo mercado internacional, portanto, estão superadas", disse ele, enfatizando, porém, que a China ainda preocupa.