Bombeiros apagam os remanescentes do fogo em refinaria na Venezuela.| Foto: PDVSA/ AFP

A Venezuela tentava nesta terça-feira (28) manter apagado o fogo em um tanque de armazenamento da maior refinaria do país, enquanto autoridades esperavam poder cumprir com o objetivo de retomar as atividades até o fim da semana, após a explosão que matou pelo menos 48 pessoas.

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Imagens da emissora estatal VTV mostravam bombeiros pulverizando espuma sobre o terceiro dos depósitos que já não estava em chamas na refinaria de Amuay, a maior do país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que desde sábado está paralisada pela explosão que teria começado por um vazamento de gás.

"Cumprimos (o objetivo), o fogo foi extinto e agora há todas as tarefas posteriores", disse o ministro da Energia, Rafael Ramírez, antes de as chamas voltarem a arder pela última vez. "Agora que não há mais fogo, devemos estar atentos a qualquer vazamento." Ramírez, que é também presidente da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), confirmou à Reuters nesta madrugada que os outros dois tanques que queimavam desde o fim de semana foram finalmente apagados com espuma.

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Uma vez consumido o fogo, executivos da PDVSA preveem reativar em 48 horas a refinaria de Amuay, que processa 645.000 barris por dia, já que nenhuma das áreas operativas foi afetada pela detonação.

O acidente no Complexo Refinador de Paraguaná (CRP), o segundo maior do mundo com capacidade de 955.000 barris por dia, elevou na segunda-feira (27) os preços da gasolina em um mercado já cauteloso pela ameaça do furacão Isaac sobre as operações petrolíferas no Golfo do México.

O titular da pasta de Energia disse à Reuters em entrevista na segunda-feira que não há previsão de importar componentes no momento, pois o governo conta com estoque de produtos terminados para 10 dias e que o impacto nos preços do combustível é conjuntural. Os escombros ainda permaneciam espalhados por quilômetros ao redor da refinaria e centenas de casas estavam em ruínas, enquanto que dezenas de feridos se recuperavam e a calma voltava pouco a pouco entre os moradores.

"Esta noite, sim, dormirei tranquilo, tinha dias que não dormia por medo das chamas e de que alguma coisa acontecesse. Apenas acordei e saí, dei graças a Deus de que puderam controlar e apagar esse fogo", disse um ex-trabalhador de Amuay, Juan Padilla, de 46 anos. Para Maizore Mora, uma dona de casa de 42 anos, agora começa o mais difícil. "Perdi minha casa e hoje começam as reuniões com as autoridades para reconstruir tudo e, quem sabe, pensem em nos realocar."

Traders afirmam que o impacto sobre os mercados de combustível pode continuar mesmo depois de Amuay retomar as atividades e voltar a funcionar novamente. Acidentes em tanques muitas vezes causam problemas com a mistura de gasolina, o que significa que a PDVSA pode ter que aumentar as importações.

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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse no local do acidente, na segunda-feira, que estava criando um fundo de 23 milhões de dólares para ajudar a pagar as operações de limpeza e para substituir as casas destruídas na explosão.

O acidente foi um dos mais letais na indústria de petróleo no mundo dos últimos anos, aproximando-se do número de vítimas do incêndio na refinaria de Visakhapatnam, na Índia, em 1997, que matou 56 pessoas, e superando uma explosão na refinaria Texas City da BP, em 2005, em que 15 pessoas morreram.