A crescente crise alimentar na Coreia do Norte ameaça deixar 6 milhões de pessoas sem comida suficiente no país onde um terço das crianças abaixo dos cinco anos já sofre de desnutrição, afirmou nesta quinta-feira (15) a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação (FAO).
A redução da ajuda internacional, um inverno rigoroso que atingiu as plantações e a queda da quantidade de alimentos que o país comprou do exterior deixaram a Coreia do Norte com escassez crônica de comida, disse a FAO.
"Mais de 6 milhões de pessoas precisam de assistência alimentar urgente", diz um comunicado da organização.
Em declarações feitas em Bangcoc, Tailândia, no retorno de sua visita ao país, feita após convite das autoridades de Pyongyang, o diretor regional para Ásia e Pacifico da FAO, Hiroyuki Konuma, afirmou que há um déficit de cerca de um milhão de toneladas de comida no país.
A ajuda humanitária para a Coreia do Norte "diminuiu dez vezes" nos últimos dez anos, disse a agência da ONU, acrescentando que o país "é um dos que sofre mais com a falta de recursos para emergências humanitárias no mundo".
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, que lançou uma operação de emergência na Coreia do Norte em abril deste ano, fez um apelo para a arrecadação de 300 mil toneladas de alimentos básicos neste ano, mas recebeu pouco mais de 10% dessa quantidade.
O porta-voz do PMQ, Marcus Prior, disse que mesmo antes do início deste "ano difícil", um terço das crianças abaixo dos cinco anos sofria de desnutrição.
A Coreia do Norte diminuiu drasticamente a distribuição de comida nos últimos meses e algumas pessoas têm de comer grama para sobreviver, revelou recentemente uma das mais experientes trabalhadoras humanitárias no país.
As porções de alimentos foram reduzidas para 150 gramas diárias por pessoa em algumas partes do país com a queda de doações estrangeiras, disse em junho Katharina Zellweger, chefe do escritório de apoio do governo suíço em Pyongyang.
A situação piorou mais ainda com o aumento dos preços internacionais dos alimentos que tornaram as importações mais caras, afirmou Zellweger. As informações são da Dow Jones.
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