As forças leais ao regime sírio de Bashar al Assad abriram fogo nesta sexta-feira (13) contra as manifestações da oposição convocadas em todo o país e causaram entre quatro e dez mortos, segundo os diferentes grupos de ativistas opositores.
Na segunda jornada do cessar-fogo, batizada como "Sexta-feira da Revolução de todos os sírios", os protestos contra o regime se estenderam por Deraa (sul), Hama (centro), Aleppo (norte) e a periferia de Damasco, entre outras regiões.
As manifestações nestes locais foram dispersas com o uso da força, em ações de repressão que deixaram dez mortos, segundo os Comitês de Coordenação Local (CCL) e quatro, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
O ativista Mohammed Sarmini, integrante do Conselho Nacional Sírio (CNS), o principal órgão da oposição, assegurou à Agência Efe via internet que o regime violou a iniciativa do mediador internacional Kofi Annan em 31 localidades do país ao disparar diretamente contra manifestantes.
O opositor Yafar al Jeir, coordenador da rede de ativistas Sham, disse à agência Efe que ocorreram bombardeios na província de Homs (centro) e que os tanques das forças de segurança continuavam nas mesmas zonas onde se encontravam antes do início do cessar-fogo.
Apesar dos relatos, Annan mantém que a Síria vive uma calma relativa, e que a ONU vai enviar uma missão de observadores para que verificar a situação no país.
O número dois do Exército Livre Sírio (ELS), Malek al-Kurdi, assegurou, no entanto, que houve confrontos entre o Exército sírio e os rebeldes em uma localidade próxima à fronteira com a Turquia.
Segundo os dados da ONU, desde o começo do conflito na Síria, em março de 2011, mais de 9 mil pessoas morreram e 230 mil tiveram que buscar refúgio no interior do país e em outras regiões de fronteira.
No entanto, os grupos opositores elevam o número de vítimas para mais de 10 mil, enquanto insistem que cerca de 10 mil pessoas seguem desaparecidas. Segundo a oposição, mais de 80 mil sírios passaram pelas prisões do regime desde que explodissem os protestos.
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