Em Manta, pessoas caminham entre os escombros de casas destruídas pelo terremoto| Foto: JUAN CEVALLOS/AFP

O potente terremoto de 7,8 graus de magnitude que atingiu o Equador na noite de sábado (16) deixou até agora 238 mortos, mais de 1,5 mil feridos, e pelo menos 150 desaparecidos muitos destroços e um episódio difícil de ser esquecido pelos equatorianos, que neste domingo (17) vão aos poucos descobrindo a magnitude da tragédia. Os números vêm sendo atualizados pelo vice-presidente do Equador, Jorge Glas.

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Veja os principais terremotos na América Latina

Em Portoviejo, no Oeste, uma das cidades mais afetadas, o cenário era desolador: casas destruídas, um mercado desabado, postes de luz caídos nas ruas e escombros espalhados pelo asfalto, onde muitos decidiram passar a noite, ainda abalados pelo forte tremor.

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“Foi horrível, é a primeira vez que sinto um terremoto como este, acho que durou um minuto e meio. Parecia que a casa iria cair. Estou surpresa, não imaginava que essa cidade ficaria assim”, declarou Bibi Macontos, de 57 anos.

Com epicentro na província de Manabí (oeste, a 300 km de Quito) este é o terremoto mais forte desde 1979.

O tremor ocorreu às 19h (21h de Brasília) de sábado e teve uma duração de aproximadamente um minuto. Foi também sentido no sul da Colômbia e no Peru, onde até o momento não foram registradas vítimas fatais.

“Estamos enfrentando uma tragédia de magnitude”, disse o presidente Rafael Correa do Vaticano, para onde viajou para participar em um fórum sobre desigualdade.

Equipes de resgate tentam encontrar sobreviventes entre os escombros de um prédio em Manta, uma das cidades mais atingidas pelo terremoto no Equador.
Equipes de resgate tentam encontrar sobreviventes entre os escombros de um prédio em Manta, uma das cidades mais atingidas pelo terremoto no Equador.
Equipes de resgate tentam encontrar sobreviventes entre os escombros de um prédio em Manta, uma das cidades mais atingidas pelo terremoto no Equador.
Equipes de resgate tentam encontrar sobreviventes entre os escombros de um prédio em Manta, uma das cidades mais atingidas pelo terremoto no Equador.
O terremoto também foi sentido na Colômbia: feridos buscaram atendimento em hospitais de Cali.
O terremoto também foi sentido na Colômbia: feridos buscaram atendimento em hospitais de Cali.
O terremoto também foi sentido na Colômbia: feridos buscaram atendimento em hospitais de Cali.
O terremoto também foi sentido na Colômbia: feridos buscaram atendimento em hospitais de Cali.
Imagem de escombros de um salão de cabelereiros depois do terremoto em Portoviejo, Equador.
Pessoas se reúnem próximo a casa desmoronada em Guayaquil, no Equador.
Homem varre a rua enquanto moradores locais observam uma casa desmoronada no Equador.
Imagem de um prédio destruído com o terremoto, que é considerado de magnitude 7.8.
Destroços deixados pelo terremoto no Equador incluíram prédios altos, pontes e casas.
Voluntários tentam encontrar sobreviventes e limpar destroços em Portoviejo, Equador.
Carro destruído pelo terremoto no Equador.
Um poste de luz caído em cima de um carro em Portoviejo, Equador.
Edifício desmoronou por conta do terremoto no Equador.
Milhares de pedaços de destroços preenchem rua em Portoviejo, Equador.
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Em sua oração neste domingo, o papa pediu pelos equatorianos. “Um violento terremoto atingiu o Equador, causando numerosas vítimas e graves danos. Roguemos por sua população. Que a ajuda de Deus e de seus irmãos lhes dê força e consolo”, disse Francisco.

Às 6h local, em um balanço da tragédia, o vice-presidente Jorge Glas manteve o número de 77 mortos e 588 feridos, antes de partir de Quito para a zona afetada, que compreende seis províncias do país: Esmeraldas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena, Guayas e Santo Domingo.

Glas informou que o governo mobilizou mais de 14 mil membros das forças de segurança, 241 “profissionais de saúde” e dois hospitais móveis, entre outros.

“Sabemos que há cidadãos sob os escombros que têm que ser resgatados”, acrescentou.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, expressou a solidariedade da UE e anunciou que o mecanismo de proteção civil para oferecer apoio foi ativado.

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“Nossos pensamentos estão com as vítimas, seus familiares e amigos e com todos aqueles que foram afetados”, disse Mogherini em comunicado.

20 vezes mais forte que no Japão

David Rothery, professor de ciências planetárias na Open University do Reino Unido, explicou que “o terremoto do Equador se deu em terra” e que a energia total liberada foi aproximadamente 20 vezes maior que a do terremoto do Japão na madrugada de sábado.

“Não existe uma relação causal entre os terremotos do Equador e do Japão. Cerca de vinte terremotos de magnitude 7 ocorrem todo ano no mundo”, afirmou o especialista.

Até a manhã desse domingo foram contabilizadas 135 réplicas, segundo o Instituto Geofísico de Equador.

O governo decretou “o estado de exceção para proteger a ordem pública” e descartou um alerta de tsunami, assim como fizeram as autoridades colombianas.

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Carlota López, de Guayaquil, estava em um carro quando começou a sentir o forte tremor.

“Os cabos de luz balançavam muito e tive medo que caíssem no carro. Logo depois acabou a luz da cidade”, relatou à AFP por telefone.

“O carro balançava como se houvesse pessoas do lado de fora o empurrando com muita força”, contou.

Correa anunciou que o Equador receberá o apoio de equipes de resgate da Colômbia e do México.

O presidente, que voltará ao Equador neste domingo, garantiu que foram ativas linhas de crédito de contingência “por cerca de 600 milhões de dólares”.

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Veja os principais terremotos na América Latina

2001

- 13 de janeiro e 13 de fevereiro: EL SALVADOR - Dois movimentos de terra em um mês, de 7,6 e 6,6 graus. O balanço total é de 1.142 mortos, 2.000 desaparecidos e 1,3 milhões de flagelados. A Guatemala, também afetada pelo terremoto de 13 de janeiro, registra seis mortos.

- 23 de junho - PERU: terremoto de magnitude 7,9 no sul do Peru deixa mais de 100 mortos e 70.000 pessoas sem casa. Também foram registradas réplicas no oeste da Bolívia e norte do Chile.

2003

- 21 de janeiro - MÉXICO: tremor de magnitude 7,8 sacode o litoral do Pacífico na região oeste do México, deixando 29 mortos e mais de 300 feridos.

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2005

- 14 de junho - CHILE: o norte do país, na fronteira com o Peru e a Bolívia, se vê afetado por um terremoto de magnitude 7,9, que deixa onze mortos.

2007

- 21 de abril - CHILE: um tremor de 6,2 sacode uma região situada no sul do país, deixando mais de dez mortos e desaparecidos.

- 15 de agosto - PERU - terremoto de magnitude 7,7 se registra no sul do país e em Lima, a capital, deixando 600 mortos, 300 desaparecidos e mais de 320.000 pessoas sem teto.

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2009

- 8 de janeiro - COSTA RICA: tremor de magnitude de 6,2 deixa mais de 30 mortos e desaparecidos na turística região do vulcão Poas, 40 km de San José, a capital.

- 28 de maio - HONDURAS: terremoto de magnitude 7,1 sacode a costa norte, deixando sete mortos.

2010

- 12 de janeiro - HAITI: tremor de 7 destrói uma grande parte da capital Porto Príncipe e deixa entre 200.000 e 250.000 mortos, 300.000 feridos e mais de um milhão de pessoas sem casa.

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- 27 de fevereiro - CHILE: forte tremor de 8,8 e um tsunami causam estragdos no centro-sul do país e deixam mais de 520 mortos. Muitas das vítimas são de Maule, sul de Santiago, uma zona litorânea submersa por uma onda de 2 a 6 metros.

2012

- 7 de novembro - GUATEMALA: tremor submarino de magnitude 7,4 sacode o litoral do Pacífico, deixando 44 mortos e desaparecidos. A zona mais afetada foi o departamento de San Marcos, oeste da capital.

2014

- 1º de abril - CHILE: tremor de magnitude 8,2 deixa seis mortos nas regiões de Arica, Iquique e Antofagasta, 1.800 km ao norte de Santiago. Este terremoto provocou algumas ondas de tsunami no litoral.

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Também foram lançados alertas de maremoto no Peru, Honduras, Equador e Indonésia, enquanto o Japão pensou em fazer o mesmo.

2015

- 16 de setembro - CHILE: um forte terremoto de magnitude 8,3 seguido de um tsunami atingem o norte e o centro do país, provocando a morte de 15 pessoas.

2016

- 16 de abril - EQUADOR: tremor de magnitude 7,8 na costa do Pacífico no Equador deixa mais de 200 mortos e 600 feridos, além de consideráveis danos materiais em várias províncias do país.

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