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Destroços de prédio são removidos em Concepción | Reuters
Destroços de prédio são removidos em Concepción| Foto: Reuters
  • Condomídio residencial teve a estrutura completamente danificada após terremoto no Chile

Fortes réplicas reavivaram nesta sexta-feira o pânico aos tremores e tsunamis do fim de semana passado, que deixaram pelo menos 452 mortos e levaram à destituição de uma autoridade da Marinha pelas falhas nos alertas das devastadoras ondas gigantes.

O governo elevou o número de mortos identificados desde o total de 279 anunciado na quinta-feira, dissipando parte da confusão originada por uma mudança de metodologia para calcular o custo humano da pior tragédia dos últimos 50 anos no Chile.

A destruição deixada no sábado passado pelo terremoto e tsunamis, uma tragédia que levou o governo a decretar luto nacional de três dias, terá um impacto a partir de março na economia chilena, anteciparam as autoridades.

Novas réplicas estremeceram nesta sexta-feira o centro e o sul do país, entre elas uma de magnitude 6,6, desatando o pânico em Concepción, uma cidade de 670 mil habitantes duramente atingida pelo terremoto.

"Durmo em uma poltrona ao lado da porta e a cada tremor saio de casa", afirmou Miguel Serra, um vendedor que aguardava em uma fila para abastecer seu carro com combustível em Concepción.

O terremoto de magnitude 8,8 que sacudiu o Chile na madrugada do sábado passado, um dos mais violentos da história, destruiu parcialmente algumas cidades e foi seguido de vários tsunamis que varreram povoados do litoral do país.

O Chile, uma das economias mais estáveis da América Latina, precisará de ajuda internacional para sua reconstrução, que levaria entre três e quatro anos.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que chegou nesta sexta-feira ao Chile para avaliar a extensão dos danos, prometeu apoio à presidente Michelle Bachelet e a seu sucessor, o presidente eleito Sebastián Piñera.

Ban, que ofereceu fornecimento de produtos e 10 milhões de dólares de um fundo emergencial da entidade, visitará no sábado as cidades castigadas de Concepción e Constitución.

Destituição na Marinha

Também começou nesta sexta-feira a busca dos responsáveis pelas falhas no sistema de alerta de tsunamis.

Após admitir que informou com pouca clareza sobre o risco de tsunamis, a Marinha chilena destituiu o chefe do departamento encarregado de disparar os alarmes.

"Foi resolvido retirar de seu cargo o diretor do Serviço Hidrográfico e Oceanográfico das Forças Armadas (...) com o objetivo de restabelecer a credibilidade e confiança nesse importante organismo", afirmou o comunicado.

A fúria das ondas ainda era visível nesta sexta-feira no porto de Talcahuano, onde o mar deslocou um cargueiro de 175 metros de comprimento e barcos de pescadores foram arremessados a quilômetros de distância.

"O cheiro de peixe no centro de Talcahuano é intenso. As pessoas se queixam de que a ajuda ainda não chegou até elas, em meio a toneladas de concreto que cobrem as ruas", disse uma testemunha à Reuters.

Impacto na economia

O ministro da Fazenda, Andrés Velasco, não quis dar uma ideia nesta sexta-feira do impacto econômico de um dos piores desastres naturais da história do Chile.

"Essa tremenda tragédia vai refletir na atividade do mês de março e nas seguintes", disse, apesar de antecipar uma recuperação da atividade graças aos fortes planos de investimento para a reconstrução.

Sob esse cenário, a bolsa chilena encerrou a sexta-feira em alta pelo segundo dia consecutivo, com ganho de 1,2 por cento, apoiada pelas ações de algumas empresas que operam nas regiões devastadas.

Especialistas calcularam os danos da catástrofe em cerca de 30 bilhões de dólares, ou 15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) chileno.

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