O ministro francês da Defesa, Gerard Longuet, disse no domingo que está na hora de os rebeldes líbios negociarem com o governo de Muamar Kadafi, num sinal da crescente impaciência de Paris com o desenrolar do conflito.

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Numa entrevista publicada na segunda-feira num jornal argelino, um filho de Kadafi disse que o governo líbio mantém um diálogo com a França. O governo francês ainda não se manifestou sobre a informação.

No domingo, Longuet disse que os rebeldes não deveriam ficar à espera da derrota de Kadafi, mas deixou claro que o objetivo da França continua sendo a saída de Kadafi do governo. Os EUA se disseram convencidos de que o dirigente precisa abandonar o poder logo.

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As mensagens vindas desses dois membros importantes da coalizão ocidental contra Kadafi indicam que há tensões na aliança, após três meses de ataques aéreos que custam bilhões de dólares e não conseguiram produzir o resultado rápido que seus partidários esperavam.

Os rebeldes se recusaram a negociar enquanto Kadafi governar, uma postura que até agora nenhuma das grandes potências da Otan havia contestado.

"Já pedimos a eles (governo e oposição) que conversem entre si", afirmou Longuet à TV francesa BFM. "A posição do CNT (Conselho Nacional de Transição, mantido pelos rebeldes) está muito longe de outras posições. Agora, será preciso sentar ao redor de uma mesa", disse o ministro, cujo governo esteve até agora entre os mais radicais na defesa da ação armada contra Kadafi.

Questionado sobre a possibilidade de um diálogo caso Kadafi não renuncie, Longuet disse: "Ele estará em outra sala em seu palácio, com outro título."

Logo depois, o Departamento de Estado dos EUA divulgou uma nota em que não indicava nenhuma disposição em fazer concessões.

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"Os líbios é que decidirão como essa transição ocorrerá, mas estamos firmes em nossa crença de que Kadafi não pode permanecer no poder", disse a nota, em resposta por escrito a uma consulta.

A nota diz também que os EUA manterão seus esforços, como parte da coalizão da Otan, para proteger civis de ataques, e acrescenta que a aliança está conseguindo ampliar a pressão contra Kadafi.

Na entrevista publicada na segunda-feira pelo jornal El Khabar, Saif al Islam, filho do líder líbio, disse que o governo de seu pai está em negociações com o governo francês. "A verdade é que estamos negociando com a França e não com os rebeldes", declarou ele em Trípoli.

"Nosso enviado a (Nicolas) Sarkozy relatou que o presidente francês foi muito claro e lhe disse: 'Nós criamos o conselho (dos rebeldes), e sem o nosso apoio, nosso dinheiro e nossas armas, o conselho nunca teria existido'."

"A França disse: 'Quando chegarmos a um acordo com vocês (governo líbio), vamos obrigar o conselho a um cessar-fogo", afirmou Saif al Islam, segundo o jornal.

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