França e Nigéria apresentaram nesta sexta-feira um esboço de resolução ao Conselho de Segurança da ONU que impõe sanções aos atuais líderes da Costa do Marfim e proíbe armas pesadas na área de Abidjan.
O embaixador francês na Organização das Nações Unidas (ONU), Gérard Araud, disse a jornalistas que o conselho formado por 15 nações deveria discutir a proposta em detalhes na semana que vem. Não estava claro ainda quando o texto seria colocado em votação.
Falando após uma reunião a portas fechadas do conselho sobre a Costa do Marfim, Araud disse que o mundo está diante de uma "tragédia humanitária" na Costa do Marfim, onde estão se intensificando os confrontos entre as forças leais ao atual líder Laurent Gbagbo e às de seu rival, Alassane Ouattara.
A ONU e as organizações africanas dizem que Ouattara venceu Gbagbo nas eleições presidenciais de novembro do ano passado, mas Gbagbo diz que ele é o vitorioso e se recusa a deixar o poder.
Araud disse que a resolução preliminar reitera os pedidos para que Gbagbo renuncie, proíbe armamentos pesados na área de Abidjan, prevê sanções contra Gbagbo e seus conselheiros mais próximos e pede que o Tribunal Penal Internacional e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos considerem o caso da Costa do Marfim.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), cerca de um milhão de marfinenses já fugiram do confronto apenas na cidade de Abidjan, a principal da Costa do Marfim, e outros também deixaram suas casas ao redor do país.
A disputa entre Gbagbo e Ouattara pelo poder já dura quatro meses, e tem se tornado cada vez mais violenta.
"O deslocamento maciço em Abidjan e em outros locais está sendo alimentado pelo receio de uma guerra total", disse a porta-voz do Acnur Melissa Fleming numa entrevista coletiva em Genebra.
"As estimativas disponíveis são de que entre 700 mil e um milhão pode estar agora desalojados", disse Fleming a jornalistas.
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