A França recorda neste sábado (9) o sequestro de várias pessoas em um supermercado kosher, que deixou quatro mortos em 9 de janeiro de 2015, dois dias depois do atentado contra a revista satírica Charlie Hebdo em Paris.
Entre os dois ataques, em 8 de janeiro de 2015, o homem de depois seria o responsável pelo sequestro e mataria quatro judeus, matou uma policial, que foi homenageada pelo presidente francês François Hollande.
Hollande inaugurou em Montrouge, subúrbio de Paris, uma placa “em memória de Clarissa Jean-Philippe”, a policial “assassinada neste local em 8 de janeiro de 2015, vítima do terrorismo, quando cumpria com seu dever.” Um coral de crianças cantou a Marselhesa, o hino francês, e um minuto de silêncio foi respeitado durante a rápida cerimônia.
Em 7 de janeiro do ano passado, os irmãos Sherif e Said Kouachi mataram 12 pessoas na sede da redação do Charlie Hebdo. Nos dias seguintes, Amédy Coulibaly, vinculado aos irmãos, matou a policial Clarissa Jean-Philippe e manteve diversas pessoas sequestradas em um supermercado kosher, onde matou quatro pessoas. Três policiais estavam entre as 17 vítimas dos atentados.
Entre as vítimas do ataque ao Charlie Hebdo figuravam chargistas famosos como Charb ou Wolinski, assim como o policial Franck Brinsolaro.
Em um vídeo, Coulibaly afirmou que atuava em nome do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que controla parte da Síria e do Iraque, enquanto os irmãos Kouachi, posteriormente mortos pela polícia, afirmaram agir em nome da Al-Qaeida.
Durante a semana, o presidente Hollande inaugurou quatro placas em memória das vítimas.
As cerimônias devem terminar no domingo com uma grande manifestação na Praça da República.
Na tarde de sábado está programado um ato “unitário de homenagem” às vítimas diante do supermercado kosher, convocado pelo Conselho Representativo das Instituições Judaicas (CRIF).
O primeiro-ministro Manuel Valls, o diretor do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), Anouar Kbibech, e o ex-presidente Nicolas Sarkozy, atual líder do partido Os Republicanos, estarão presentes.
A comunidade judaica da França sofreu muitos atentados e agressões nos últimos 40 anos, alguns deles fatais.
O último episódio mais grave antes do ataque de Coulibaly havia acontecido em 19 de março de 2012, quando três crianças e um professor foram assassinados em uma escola judaica de Toulouse por Mohamed Merah, que foi morto três dias depois pela polícia francesa.
A França é o país europeu com a comunidade judaica mais numerosa, com entre 500.000 e 600.000 pessoas, e o terceiro do mundo, atrás apenas de Israel e Estados Unidos.