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Apesar da adesão um pouco menor, a greve no transporte público na Françaganhou um pequeno reforço devido a uma paralisação de 24 horas dos funcionários públicos.

Os funcionários públicos reivindicam melhorias salariais, já os trabalhadores da área de transporte são contra a reforma que prevê o aumento de 37,5 para 40 anos da duração da contribuição, e envolve 500.000 pessoas (em maioria motoristas de trem, eletricistas e gasistas).

As assembléias na companhia de ferrovias SNCF e na do metrô de Paris RATP decidiram na segunda-feira (20) continuar com a greve de protesto contra a reforma dos regimes especiais de previdência, que beneficia seus trabalhadores.

As declarações dos dirigentes sindicais e do governo sobre a disposição mútua em participar de negociações nas empresas, previstas para a partir da quarta-feira, não tiveram efeito para deter as novas convocações.

Mas a porcentagem de grevistas continuou minguando, pelo sétimo dia consecutivo. A SNCF calcula agora a adesão em 26,2% dos trabalhadores, contra 32,2% de sexta-feira, e mais de 60% na quarta-feira passada, primeiro dia da greve. A RATP calculou em 18%, menos que os 23,3% da sexta e os 44% da quarta-feira.

As previsões da RATP para esta terça-feira adiantam que a situação voltaria a ser "muito fortemente perturbada" com somente 20%-25% dos metrôs, o que permite prever outra vez dezenas de quilômetros de engarrafamentos pelas centenas de milhares de pessoas que optarão por sair de carro.

A greve tem causado sérios problemas a milhões de franceses e pesando na economia. A paralisação está custando à França entre 300 e 400 milhões de euros por dia, segundo o governo.

Negociações

Conscientes da falta de apoio da opinião pública, quatro centrais sindicais pediram que as negociações sejam antecipadas para antes de quarta-feira (21).

O conselheiro social do Palácio do Eliseu, Raymond Soubie considerou que "os elementos positivos se multiplicam" para acabar com a greve, o que para ele permite prever um retorno à normalidade nos transportes "até meados da semana".

De fato, tanto os sindicatos quanto o Governo fizeram gestos de aproximação: as centrais que continuam mantendo o indicativo de greve por tempo indeterminado aceitaram negociar, e o Executivo já não põe a volta total ao trabalho como condição prévia.

O primeiro-ministro, François Fillon, fez um novo pedido pelo fim da greve, ressaltando além disso que a adesão tem sido "extremamente minoritária" e contra a opinião pública.

"O transporte tem que ser retomado progressivamente e os direitos dos usuários devem ser respeitados", disse Fillon em pronunciamento.

O chefe do governo reiterou que não recuará nos "princípios" da reforma dos regimes especiais de aposentadoria.

Ele justificou que "há um mandato para fazer avançar esta reforma e para ir a uma harmonização" dos regimes especiais com os dos funcionários públicos e os trabalhadores do setor privado.

Em todo caso, ao caos dos transportes será acrescentada amanhã a paralisação de 24 horas convocada por todos os sindicatos dos 5,2 milhões de servidores públicos.

As centrais exigem maiores reajustes salariais porque denunciam uma perda de 6% no poder aquisitivo desde 2000. Além disso, querem protestar contra o corte de 22.921 postos de trabalho no setor público em 2008, metade na Educação.

Já o governo alega que a categoria tem tido aumento real de 3,5% anual (em termos absolutos) há seis anos.

É justamente no setor da educação que a paralisação deve ter mais adesão - 65%, segundo o principal sindicato -, mas suas repercussões serão notadas também no correio e no controle de tráfego aéreo.

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