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Saúde

Francesa submetida a transplante de face passa bem, dizem médicos

LYON, França - A mulher de 38 anos que recebeu o primeiro transplante parcial de rosto recobrou a consciência 24 horas depois da cirurgia, e os médicos dizem que ela está se recuperando bem e que agradeceu a eles pelo trabalho.

Os cirurgiões defenderam nesta sexta-feira sua decisão de deixar de lado as preocupações éticas e os riscos à saúde e realizar o procedimento, no qual a paciente, que teve o rosto dilacerado por um cachorro, recebeu nariz, lábios e queixo de uma doadora com morte cerebral.

- As primeiras palavras dela foram 'obrigada' - disse Bernard Devauchelle, um dos cirurgiões que realizaram a operação pioneira no domingo. Ele afirmou, numa entrevista coletiva na cidade de Lyon, que não houve complicações pós-operatórias. - A paciente está fisicamente e psicologicamente bem", disse Jean Michel Dubernard, o outro especialista que realizou a operação.

Os médicos afirmam que ainda há risco de complicações, entre elas a rejeição do tecido e o aumento do risco de câncer, por causa das drogas utilizadas para evitar que o sistema imunológico rejeite o novo rosto.

O transplante oferece esperanças para pessoas que foram desfiguradas por queimaduras e acidentes, mas também suscitou questões éticas para a receptora e a família da doadora.

- Há muitos problemas éticos - disse Dubernard .- Minha filosofia é que somos médicos e temos uma paciente com um desfiguramento severo, relacionado a uma mordida de cão. Era extremamente difícil, senão impossível, fazer o reparo com técnicas clássicas de cirurgia. Como médicos, se temos a possibilidade de melhorar a condição de nosso paciente, é isso que faremos.

A paciente recebeu tecido, músculos, artérias e veias da doadora. Embora a cirurgia não fosse necessária para salvar a vida da mulher, ela preferiu se submeter a ela, apesar dos riscos.

Os médicos disseram que ela tinha problemas para falar e para comer por causa dos ferimentos, ocorridos em maio.Carine Camby, chefe da agência francesa de biomedicina que fiscaliza as doações de órgãos, disse que a operação não teve prioridade sobre outros transplantes de órgãos vitais.

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