Para os imigrantes, atravessar a fronteira da Hungria é apenas mais um desafio em sua rota para uma nova vida mais ao ocidente. Para os policiais enviados para tentar conter o fluxo de pessoas, trata-se de uma tarefa muitas vezes exaustiva e ingrata.

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Nas primeiras horas desta quarta-feira (9), centenas de refugiados cruzaram a fronteira a partir da Sérvia, passando ao largo dos policiais agrupados ao redor de uma fogueira e se juntando a outros imigrantes que dormiam enrolados em cobertores para se proteger do frio.

Outros cruzaram pouco depois por entre plantações de milho próximas, em meio à escuridão, de modo que podiam ser ouvidos, mas não vistos a apenas um metro de distância.

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Uma cidade provisória de barracas se formou no ponto em que a linha férrea cruza a cerca que a Hungria construiu ao longo da fronteira para tentar segurar uma onda de quase 170.000 imigrantes que chegaram desde o início do ano.

Os policiais, exaustos e com frio, pouco fizeram para deter o mais recente grupo de imigrantes, 2.770 dos quais chegaram na terça-feira. Poucos aceitaram a oferta das autoridades de serem transportados até um recém inaugurado centro de recepção um pouco à frente na estrada, na cidade de Roszke.

Uma vez identificados, os imigrantes que fogem de guerras, perseguições e pobreza em países como Síria, Iraque, Irã, Afeganistão, Ruanda e Nigéria teriam que solicitar asilo em seu país de entrada, de acordo com as regras da União Europeia, mas quase todos desejam seguir viagem para a Alemanha.

“Tenho amigos e familiares na Alemanha, por toda parte”, disse Sami, um arquiteto iraniano cristão, integrante de um entre muitos grupos étnicos que se encontram no sul da Hungria.

Poucos se empolgam com o centro de recepção em Roszke, superlotado e frugal.

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“Vamos nessa cara, vamos perder cinco dias aqui”, disse um africano a seu colega de viagem, arrastando-o para longe do ônibus que os levaria ao local.

O Exército da Hungria começou exercícios militares para preparar seus soldados para proteger a fronteira no sul do país, de acordo com o chefe do Estado Maior, general Tibor Benko, citado pela agência de notícias estatal MTI.

A Hungria planeja enviar os soldados para ajudar a polícia a patrulhar a fronteira. Segundo o primeiro-ministro, Viktor Orban, aprovar uma lei para mobilizar o Exército não será possível antes de 20 de setembro.