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Com o furacão Gustav a apenas um dia de possivelmente atingir de maneira forte Nova Orleans, o prefeito da cidade, Ray Nagin, fez mais um apelo para os moradores que ainda não saíram deixarem o município, impôs um toque de recolher aos que decidiram ficar e alertou os saqueadores que eles serão imediatamente presos se forem surpreendidos.

Nova Orleans neste domingo cada vez se parecia mais com uma cidade fantasma, enquanto milhares de moradores obedeciam a ordem de evacuação. A polícia e tropas da Guarda Nacional foram para as ruas, com o objetivo de impedir o caos e a violência que tomaram conta de Nova Orleans durante e após a passagem do furacão Katrina, em agosto de 2005.

"Saqueadores irão diretamente para a cadeia," disse o prefeito Nagin.

Muitos dos moradores levaram a sério os alertas do prefeito, que expediu a ordem para abandonar a cidade no sábado. O governo mudou as faixas das rodovias, com o fluxo apenas para a saída de Nova Orleans, e milhares de carros rumavam hoje em direção ao norte.

Lojas, hotéis e restaurantes foram fechados.

O comandante da polícia estadual da Louisiana, o coronel Mike Edmondson, disse que mais de 90% da população costeira do estado deixou suas casas - a maior evacuação na história do estado.

Muitos que pretendiam ficar mudaram de idéia na última hora, não querendo se arriscar a sofrer o pior.

"Eu fiquei apavorada no último momento," disse Ollie Hilson, uma moradora de 54 anos da cidade de Marrero, às margens do Mississippi. Ela esperava pelo ônibus que a levaria para o norte em um ginásio esportivo, apenas com uma sacola, enquanto aguardava suas duas sobrinhas, que viriam com quatro crianças, todas com menos de 3 anos. "Fiquei muito preocupada pelas crianças. Não poderíamos ficar," ela disse.

O furacão Gustav matou mais de 80 pessoas durante sua passagem pelo Caribe, a maioria no Haiti e na República Dominicana. A população e as autoridades temem que os diques de Nova Orleans, que se romperam em 2005 quando o furacão Katrina passou, não agüentem. Enquanto se movia pelo Golfo do México neste domingo, Gustav mudou de intensidade, oscilando entre as categorias 3 e 4 de um furacão.

As comparações com o Katrina são inevitáveis. Ambas são tempestades enormes. Tanto o Gustav quanto o Katrina aumentaram suas forças no Golfo do México, mas o Katrina intensificou-se após atingir primeiro a Flórida. Já Gustav passou pelo oeste de Cuba no sábado.

O presidente americano, George W. Bush, cancelou sua participação na convenção nacional republicana, que começará amanhã. Ele foi ao Texas e afirmou que visitará a Louisiana quando as condições climáticas permitirem.

Às 14h deste domingo, horário local, o Centro Nacional de Furacões dos EUA, em Miami, informou que Gustav era um furacão de categoria 3 e estava a 435 quilômetros ao sudeste da boca do rio Mississippi. O furacão se movia em direção noroeste a uma velocidade de 27 quilômetros por hora. O furacão estava com ventos na velocidade de 185 quilômetros por hora e havia se enfraquecido um pouco, mas a projeção dos meteorologistas é que ganhe força na manhã de segunda-feira, antes de tocar o continente. Um alerta de furacão vigora em toda a costa da Louisiana, passa pelo Alabama e vai até a Flórida. O governador do Alabama, Bob Riley, ordenou a evacuação das áreas costeiras dos condados de Mobile e Baldwin.

Bush lançou uma mensagem para as pessoas deixarem a região: "A mensagem para as pessoas da costa do Golfo é que esta tempestade é perigosa. Existe uma possibilidade real de enchentes e de ventos muitos fortes. Não se coloquem em risco ou façam que os trabalhadores de resgate corram riscos desnecessários," disse.

As informações são da Associated Press.

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