A indefinição em torno do substituto de Dominique Strauss-Kahn na direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) deve acabar nos dias 26 e 27 de maio, quando se realiza em Deauville, na França, a reunião de cúpula do G-8.
Informalmente, líderes dos principais países da Europa já teriam fechado um acordo em torno do nome da ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, o que manterá a hegemonia dos europeus. Os sinais do consenso se multiplicaram ontem em diferentes capitais do bloco e em Washington, sede do Fundo. De lá, o americano John Lipsky, 64 anos, diretor interino do FMI, deu o sinal de que os técnicos da instituição apoiariam a escolha.
"Ela é muito talentosa, uma dirigente competente", afirmou, tentando desconversar a seguir: "Ela faz parte dos numerosos candidatos bem qualificados citados na imprensa". Apesar da tergiversação, o jornal O Estado de S.Paulo apurou que Lagarde seria bem aceita pelo atual grupo de técnicos de alto escalão do fundo, reputados por terem participado da reforma que modernizou a instituição após a chegada de Strauss-Kahn. Desse grupo faz parte o também francês Olivier Blanchard, economista-chefe da instituição.
Mas a escolha de um diretor-gerente do FMI não passa pelos técnicos, e sim pelo apoio político internacional. E esse apoio também parece ter sido costurado na Europa. Ontem, diferentes líderes políticos expressaram apoio a Lagarde. Herman von Rompuy presidente do bloco, não escondeu sua preferência e disse desejar que "uma mulher francesa" assuma o cargo. Para Silvio Berlusconi, premiê da Itália, a ministra de Sarkozy "seria uma excelente escolha".
Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro de Luxemburgo e coordenador do Eurogrupo, fórum de ministros de Economia da UE, foi ainda mais longe, definindo Lagarde como "candidata ideal". Na Alemanha, as potenciais candidaturas de Axel Weber, presidente do Banco Central alemão, e Peer Steinbrück, ex-ministro de Finanças de Angela Merkel, perderam fôlego.
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