O gabinete iraquiano aprovou no domingo um pacto que vai permitir que as forças americanas permaneçam no país até 2011, encerrando quase um ano de negociações intensivas.

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O pacto ainda terá que ser aprovado pelo Parlamento iraquiano, mas o chanceler Hoshiyar Zebari disse prever que isso seja feito até o fim do mês.

O pacto, que vai reger a presença das forças americanas depois do final deste ano, ganhou o nome oficial de acordo sobre a "retirada das tropas americanas", num sinal da confiança conquistada pelo governo do Iraque ao longo de meses de negociações.

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O pacto prevê a retirada das forças americanas das ruas das cidades e vilas iraquianas até a metade do próximo ano e sua retirada do país até o final de 2011. Também prevê que, pela primeira vez, a força americana no Iraque seja posta sob a autoridade do governo iraquiano, tomando o lugar de seu mandato do Conselho de Segurança da ONU.

Com a redução dramática na violência no país nos últimos 12 meses, o governo iraquiano vem ganhando confiança crescente em sua capacidade de manter a ordem. Forças iraquianas agora estão no comando de todas menos cinco das 18 províncias do país, e foram elas que lideraram a repressão às milícias xiitas este ano.

Mas autoridades iraquianas reconhecem que ainda precisam do apoio militar dos EUA contra militantes sunitas em Bagdá e quatro províncias do norte do país, além de sua ajuda logística e de poder de fogo. Os EUA têm cerca de 150 mil soldados no Iraque hoje.

O gabinete recusou-se a aprovar um esboço anterior do pacto no mês passado, pedindo emendas a Washington. Este respondeu este mês com o que afirmou ser sua oferta final, removendo do texto formulações que sugeriam que pudesse manter suas tropas no Iraque após o prazo determinado e acrescentando o compromisso de não lançar ataques a países vizinhos desde solo iraquiano.

"Foram feitas concessões que satisfizeram o lado iraquiano", disse Zebari. "Agora temos um acordo que podemos defender. Ele será publicado e distribuído, e todos os países vizinhos terão uma cópia dele."

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Líderes iraquianos vêem a determinação de um prazo inequívoco para a retirada como vitória nas negociações. A administração do presidente Bush, em final de mandato, se opunha há muito tempo a fixar um prazo para a retirada de suas tropas.

Hadi al Ameri, líder da organização Badr, um dos principais grupos xiitas na coalizão governista de Maliki, disse esta semana que os políticos iraquianos acharam que seria mais fácil aceitar o pacto após a eleição de Barack Obama, que defende a retirada.

O Irã, que exerce influência entre os xiitas iraquianos, ainda se opõe ao pacto, como também fazem os seguidores do clérigo antiamericano Moqtada al Sadr.