Vamos aproveitar agora o prêmio Nobel da Paz que o presidente Obama tão merecidamente recebeu para que ele exerça essa pressão, disse Garcia| Foto: reuters

O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, sugeriu nesta sexta-feira (9) que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aproveite o fato de ter recebido o Prêmio Nobel da Paz para pressionar as autoridades de Honduras a buscar uma solução para o fim da crise política no país. Segundo ele, apenas os Estados Unidos teriam força para pressionar o governo do presidente interino Roberto Michelletti.

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Queremos que a pressão aumente, sobretudo, a pressão do governo norte-americano. Vamos aproveitar agora o prêmio Nobel da Paz que o presidente Obama tão merecidamente recebeu para que ele exerça essa pressão, disse Garcia.

De acordo com Garcia, não houve frustração das negociações conduzidas pela Organização dos Estados Americanos (OEA), mas intransigência por parte de integrantes do atual governo de Honduras em buscar uma solução para o impasse.

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Eu acho que a OEA não fracassou nas suas tentativas por deficiência dela. A OEA fracassou pela intransigência do governo Evidentemente que, quando dizemos que a posição dos Estados Unidos é uma posição importante, isso está chamando a atenção pelo fato de que os Estados Unidos têm relações econômicas muito fortes, disse ele.

"O governo golpista contratou lobbies nos Estados Unidos para pressionar os setores mais conservadores da política americana para tentar manter o status quo lá. Como esses setores foram setores derrotados na eleição passada nos Estados Unidos, nós esperamos que isso se resolva."

Garcia reiterou que o governo brasileiro manterá a autorização de hospedagem ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Desde o último dia 21, Zelaya e alguns de seus correligionários estão alojados na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, capital hondurenha.

Para o assessor especial, havia uma pressão do governo de Honduras para realizar eleições mantendo a vigência do estado de sítio. Ele disse que se as eleições ocorressem neste período não seriam reconhecidas como legítimas e democráticas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Não iríamos reconhecer eleições. Nós e grande parte da comunidade internacional não iríamos reconhecer eleições sem o restabelecimento do governo constitucional. Mais ainda com um governo em estado de sítio. Não tem eleições que possam realizar-se durante um estado de sítio.

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Ele disse, ainda, que todos puderam "constatar que a posição do governo golpista ainda é muito renitente. Acho que eles estão criando uma situação muito difícil porque, evidentemente, se a estratégia deles é de empurrar com a barriga até as eleições. Vamos ter claro que eleições com estado de sítio não têm nenhuma possibilidade de se realizar. Marco Aurélio falou sobre a crise política de Honduras depois de participar de almoço oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente da África do Sul, Jacob Zuma.