O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, afirmou nesta sexta-feira (22) que a administração Barack Obama não tem outra alternativa a não ser fechar a prisão de Guantánamo. Segundo Gates, "o próprio nome (da prisão) é uma condenação" da estratégia antiterror dos EUA. Em entrevista concedida à NBC, Gates qualificou a cadeia na ilha cubana como "provavelmente uma das melhores prisões no mundo hoje". Mas reconheceu, ao mesmo tempo, que ela tornou-se "uma mácula" na reputação do país. Na quinta-feira, Barack Obama reiterou que fechará a prisão localizada em uma base naval americana em Cuba, apesar da resistência dos congressistas em liberar o dinheiro para a iniciativa. Em um discurso na sede do Arquivo Nacional, em Washington, o presidente dos Estados Unidos reafirmou a intenção de transferir os suspeitos de terrorismo presos em Guantánamo para presídios de segurança máxima nos EUA e condenou os métodos de tortura usado na administração anterior e as "ambiguidades legais" que mantêm suspeitos de terrorismo presos por tempo indeterminado. As declarações de Obama foram rebatidas rápido e à altura por Dick Cheney. O ex-vice-presidente dos EUA se pronunciou em defesa do governo Bush e atacou o fechamento de Guantánamo, a transferência de presos para o país e o abandono das políticas de segurança de seu governo, incluindo o fim da tortura. Segundo ele, os métodos usados mantiveram o país seguro. Cheney afirmou ainda que a abordagem "dentro da lei" que Obama propõe para o combate ao terrorismo é ingênua porque a guerra continua.
"O governo descobriu que é fácil conseguir aplausos da Europa por fechar Guantánamo. Mas é complicado surgir com uma alternativa que vá servir aos interesses de justiça e da segurança nacional americana", disse Cheney, acusando Obama de estar "enfraquecendo" a habilidade do país de combater a Al-Qaeda e outros extremistas. O fechamento de Guantánamo é uma das promessas de campanha de Obama. Sua intenção ao tomar posse, no dia 20 de janeiro de 2009, era fechar a prisão até janeiro de 2010. Segundo o presidente dos EUA, o que aconteceu lá nos últimos oito anos enfraqueceu, em vez de fortalecer a segurança dos EUA.
"Acredito que não podemos manter esse país a salvo, a menos que usemos o poder dos nossos valores mais fundamentais", disse Obama. "Nossa meta é construir um sistema legal legítimo para os prisioneiros de Guantánamo, que não exclua um sequer. No nosso sistema constitucional, detenção prolongada não deve ser decisão de nenhum homem", acrescentou.
Mas no país há receios de que com o fechamento do campo de detenção na base naval dos EUA em Cuba alguns suspeitos de terrorismo presos no local possam ser libertados nos EUA.
Para Robert Gates, que já chefiava o Pentágono durante a gestão do ex-presidente George W. Bush, o presidente não fará nada que possa colocar a população em risco. Segundo ele, nunca houve uma fuga das prisões de segurança máxima dos EUA.
"Ninguém jamais escapou de alguma das nossas prisões federais", disse.
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