Mulheres choram na cidade de Gori, na Georgia, que teria sido ocupada por tropas russas saídas da Ossétia do Sul| Foto: Gleb Garanich/Reuters
Ao menos 150 mil georgianos se reuniram ontem junto à sede do Parlamento da Geórgia, em uma manifestação de apoio ao governo e pelo fim dos ataques da Rússia
Uma mulher observa tanque russo passando pela cidade de Dzhava
Soldado russo passa correndo próximo ao corpo de um soldado da Geórgia. Os combates continuam
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Tanques russos entraram na cidade estratégica de Gori e depois avançaram por outras partes da Geórgia, violando uma trégua negociada na terça-feira (12) pela União Européia (UE) depois de cinco dias de conflito, denunciaram líderes georgianos. Autoridades georgianas denunciaram que a cidade de Gori foi saqueada e bombardeada pelos russos. Em Moscou, autoridades russas negaram a acusação e alegaram não haver motivo para ocupar uma cidade vazia.

Depois, colunas de tanques e de veículos militares foram vistas deixando Gori e seguindo ao sul, rumo a outras partes da Geórgia. Os soldados acenaram para os jornalistas e um deles gritou para uma fotógrafa: "Vem com a gente, linda. Estamos indo para Tbilisi!", numa brincadeira com a capital da Geórgia.

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O canal de notícias CNN, dos Estados Unidos, chegou a dizer que os tanques russos estavam cercando Tbilisi, mas depois a emissora americana citou o Exército russo para informar que os veículos militares não estavam a caminho da capital georgiana.

Um repórter da CNN observou que o Exército da Geórgia não impunha resistência e comentou que aparentemente havia um acordo verbal para que a Rússia estabelecesse uma zona tampão perto da fronteira com a Ossétia do Sul, alvo da ofensiva militar georgiana que na semana passada deu início ao conflito entre Moscou e Tbilisi.

Cidade natal do ditador Josef Stalin e situada a apenas algumas dezenas de quilômetros da capital da Ossétia do Sul (Tskinvali), Gori - de 50 mil habitantes - abriga a principal rodovia que corta a Geórgia de leste a oeste.

Tomar a cidade significaria dividir o país ao meio - impedindo Tbilisi de se comunicar com diversas cidades em todo o oeste do país. Gori também é considerada estratégica porque, se for ocupada pelas tropas russas, o governo georgiano pode perder sua via de saída ao mar.