O Google solicitou nesta terça-feira (11) permissão ao governo dos Estados Unidos para publicar um resumo dos dados dos usuários que foram solicitados pela Administração de Barack Obama por razões de segurança nacional.

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Em comunicado dirigido ao secretário de Justiça, Eric Holder, e ao diretor do FBI (polícia federal americana), Robert Müller, a empresa alega que, se publicar os números, ficaria provado que os dados aos quais teve acesso o governo americano são muito inferiores ao que se imaginou após os recentes vazamentos.

"Pedimos que ajudem a tornar possível que o Google publique em nosso Relatório de Transparência os números totais de solicitações de segurança nacional - incluindo as revelações da Fisa (Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira) em termos da quantidade que recebemos e seu alcance", afirma a carta, assinada pelo chefe de assuntos legais da empresa, David Drummond.

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"As afirmações na imprensa sobre o fato de nosso cumprimento destas solicitações dar acesso sem restrições ao Governo dos EUA aos dados de nossos usuários são simplesmente falsas", continua a nota.

"Os números do Google mostram claramente que nosso cumprimento destas solicitações está muito longe das afirmações feitas. O Google não tem nada a ocultar", insiste a carta.

Drummond acrescenta que a empresa "sempre deixou claro que cumpre com os requerimentos legais vigentes. E na semana passada, o Diretor de Inteligência Nacional reconheceu que os provedores de serviços receberam pedidos da Fisa".

A reação do gigante tecnológico surge poucos dias depois que o jovem informático e ex-funcionário da CIA e da Agência Nacional de Segurança (NSA), Edward Snowden, revelou a existência de dois programas secretos de recopilação de dados telefônicos e digitais de milhões de usuários do governo dos Estados Unidos.

Perante as revelações, o governo dos EUA se amparou na Fisa e no Ato Patriota, textos legislativos que permitem a recopilação de dados pessoais com propósitos antiterroristas.

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Em 2011 o presidente Barack Obama promulgou outra extensão do Ato Patriota, aprovada após os atentados de 2001, que autoriza a intromissão do governo nos registros que estão em mãos de terceiras partes, como contas bancárias, bibliotecas, agências de viagem, aluguéis de vídeos, telefones, dados médicos, de igrejas, sinagogas e mesquitas.