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Ao assumir como governador interino de Guerrero, Rogelio Martínez afirmou que a prioridade do seu governo é fazer justiça no caso do desaparecimento de 43 estudantes há um mês em Iguala, no Sul do México, e anunciou a criação de uma comissão da verdade. O acadêmico de esquerda assumiu neste domingo o cargo, após a renúncia de Ángel Aguirre ao posto, e prometeu dar respostas à população até janeiro.

"Para que não façamos linchamento, mas indaguemos a verdade e para que a justiça seja aplicada. Não podemos andar para frente se não encontrarmos os responsáveis materiais e intelectuais deste genocídio", disse o governador em seu primeiro discurso diante do Congresso local.

Martínez pediu a ajuda do presidente Enrique Peña Nieto para encontrar com vida os 43 estudantes de Guerrero, ressaltando que necessita de todos os recursos das instituições do Estado mexicano. O novo governador também se comprometeu a trabalhar em conjunto com a escola normal em um diálogo "aberto à sociedade para atender suas demandas", ele também disse, não criminalizar o protesto social, mas pretende alcançar uma resolução pacífica dos conflitos.

"Ninguém pode governar sem o apoio do povo, ninguém pode responder às exigências de Guerrero sem a constituição de uma grande força entre todos juntos", disse Ortega Martinez.

O governador interino estabeleceu até janeiro como prazo para acabar com a crise de governabilidade no estado, quando começa o processo eleitoral local. Até lá, Martínez prometeu reestabelecer a "paz e harmonia" em Guerrero junto com a população do estado. Além disso, pediu para os eleitores analisarem com atenção os candidatos para o pleito do próximo ano, de forma que os representantes eleitos não tenham ligações com o crime organizado, nem estejam envolvidos no caso de Iguala.

Com 36 votos a favor e seis contra, o Congresso estadual nomeou Martínez governador de Guerrero em uma sessão extraordinária. O acadêmico trabalhava até agora como secretário-geral da Universidade Autônoma do estado. Embora tenha atuado alguns meses como vice-secretário de educação estadual entre 2005 e 2006, e comandado, em 2003, o efêmero Partido México Possível, esta será sua primeira grande incursão na política.

Martínez assume em meio há uma crise no estado pelo desaparecimento de 43 estudantes da escola normal de Ayotzinapa, após serem atacados pela polícia há um mês. Eles foram vistos pela última vez entrando em viaturas policiais e teriam sido vítimas de uma ação conjunta do governo municipal e do grupo de narcotraficantes Guerreros Unidos. O caso causou grande comoção nacional e trouxe à tona a fragilidade da estratégia de segurança do atual presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.

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