O governo do Sri Lanka declarou nesta segunda-feira (18) que "esmagou" a resistência final da guerrilha dos Tigres Tâmeis, matando pelo menos 150 rebeldes, entre eles o chefe da guerrilha, Velupillai Prabhakaran.
Com isso, segundo o governo, encerram-se 37 anos de luta pela independência da minoria tâmil e 25 anos de guerra civil no país - que deixaram, segundo a ONU, mais de 70 mil mortos, 6 mil deles apenas em 2009.
O anúncio foi feito na TV estatal em um boletim extraordinário. Não foram dados detalhes das circunstâncias da morte. Seus principais assessores, conhecidos como Soosai e Pottu Amman, também tiveram suas mortes anunciadas.
Analistas dizem que a morte ou a captura de Prabhakaran era essencial para calar de fato a guerrilha, que havia anunciado sua rendição no domingo. Livre, ele poderia usar sua rede internacional de contrabando para reiniciar a guerrilha.
O chefe do Exército do Sri Lanka, general Sareth Fonseka, disse que as tropas derrotaram os últimos rebeldes que ainda se concentravam em uma área no norte do país, retomaram o controle da região e estavam tentando identificar o corpo de Prabhakaran entre os mortos.
Os rebeldes do grupo Tigres para a Libertação do Eelam Tamil (LTTE) anunciaram a rendição no domingo.
O anúncio foi feito em comunicado no site oficial pró-rebeldes e é assinado por Selvarajah Pathmanathan, chefe de relações internacional do gripo. Nele, o grupo disse que se encontra em um beco sem saída em sua guerra contra o governo.
"Só temos uma última escolha: remover a última desculpa de nosso inimigo para matar nosso povo. Nós decidimos silenciar nossas armas", diz o texto.
"Esta batalha chegou a seu amargo final. Contra qualquer previsão, contivemos as forças cingalesas sem ajuda, exceto o apoio sem fim de nosso povo", diz a nota.
Cantando vitória
No sábado, o presidente do Sri Lanka, Mahinda Rajapakse, declarou na Jordânia que seu país havia "esmagado o terrorismo", em referência à suposta vitória do Exército sobre os rebeldes.
Antes das declarações do presidente, o Exército anunciou que havia tirado dos rebeldes sua última saída para o mar e que os Tigres estavam cercados em uma zona de 3,5 quilômetros quadrados no nordeste da ilha.
Refugiados
O secretário do Ministério de Assuntos Assuntos Exteriores do Sri Lanka, Palitha Kohona, disse ue o Executivo receberá de bom grado qualquer ajuda internacional para os 250 mil tâmeis que, vítimas do conflito, se encontram refugiados em campos do governo.
Por telefone, Kohona disse à Agência Efe que não há um calendário para o retorno de todos esses civis a seus povoados, nos quais equipes trabalharão para retirar minas e construir sistemas de condução de água e outras infraestruturas.
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