O governo e os estudantes chilenos iniciaram esta quinta-feira um diálogo que, após cinco meses de mobilização, busca resolver as demandas de uma educação de qualidade gratuita, em um dia em que se registrou uma marcha que acabou em violentos distúrbios.
Representantes dos estudantes universitários e secundaristas, bem como de professores, chegaram ao Ministério da Educação, onde iniciaram uma reunião com o ministro Felipe Bulnes para tentar aproximar posições diante do prolongado conflito estudantil.
Os estudantes disseram que exporiam sua intenção de manter as mobilizações, enquanto se realizar a negociação, e exigiriam ao governo que torne transparente a parte da educação incluída no orçamento público que está sendo elaborado para 2012.
"A esperança que acalentamos é que o governo entre em sintonia com o que o mundo social está demandando, levando em conta o que diz o mundo social", disse Jaime Gajardo, presidente do Colégio dos Professores. O ministro Bulnes disse que pedirá aos estudantes que voltem às aulas, suspensas há quase cinco meses devido à ocupação de escolas e universidades pelos jovens desde o começo do conflito, em maio passado.
A reunião ocorre depois de uma maciça marcha estudantil com milhares de participantes e que terminou com violentos confrontos e um saldo de 17 detidos e quatro policiais feridos, segundo dados passados à AFP pelos Carabineiros.
Os estudantes, apoiados por 89% da sociedade chilena, segundo as últimas pesquisas, pedem educação pública gratuita e de qualidade em um país com um sistema muito segregado, produto das reformas impostas pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
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