Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Eleições

Governo e oposição afegãos cantam vitória

Funcionários da comissão eleitoral contam votos em estrutura precária: suspeita de fraudes cresce a cada dia | Shah Marai/AFP
Funcionários da comissão eleitoral contam votos em estrutura precária: suspeita de fraudes cresce a cada dia (Foto: Shah Marai/AFP)
Veja que rivais nas urnas integraram mesmo governo |

1 de 1

Veja que rivais nas urnas integraram mesmo governo

Cabul - O presidente do Afeganistão Hamid Karzai e seu principal de­­safiante nas eleições, Ab­­dullah Abdullah, se posicionaram on­­tem como líderes nas eleições presidenciais afegãs, um dia após milhões de afegãos terem comparecido às urnas – apesar das ameaças do grupo fundamentalista Taleban. Os resultados finais só serão anunciados no começo de setembro.

Resultados parciais e preliminares não serão divulgados an­­tes da terça-feira da próxima se­­mana, enquanto o Afeganistão e dezenas de países com tropas e agências humanitárias no país da Ásia Central aguardam para ver quem irá liderar a problemática nação pelos próximos cinco anos. O próximo presidente afegão terá uma agenda cheia de crises: a crescente insurgência do Taleban, a corrupção galopante, a miséria da maioria da população e uma enorme indústria ilegal do narcotráfico de ópio e da heroína.

Declarações de liderança feitas por Karzai e Abdullah são uma tentativa de vencer o jogo das expectativas, mas funcionários da Comissão Eleitoral In­­dependente disseram ontem que é muito cedo para que qualquer grupo proclame vitória.

A contagem voto a voto nas províncias foi concluída. Agora, as urnas foram enviadas a Cabul, disseram funcionários eleitorais.

A Campanha de Abdullah dis­­se que investiga denúncias de fraudes nas províncias do sul afegão, onde acredita-se que Karzai terá votação alta.

"Segundo dados da minha campanha, eu estou na liderança", disse Abdullah. Ele acusou funcionários eleitorais de impedir que monitores inspecionassem as urnas com votos de papel. Abdullah, no entanto, se disse preparado para disputar o se­­gundo turno, caso nem ele nem Karzai obtenham mais que 50% dos votos.

Suspeitas

Um repórter do jornal Times de Londres disse ontem que funcionários eleitorais de uma sessão perto de Cabul contaram 5.530 votos na primeira hora da eleição de quinta-feira, ainda que nenhum eleitor estivesse no local quando o jornalista chegou à sessão, às 8 h da manhã.

Trabalhadores eleitorais disseram que a área era pró-Karzai e controlada por um parlamentar – que disse ter votado no presidente, mesmo que seu de­­do não estivesse marcado pela tinta preta com a qual todos os eleitores são identificados após votar, medida de prevenção a fraudes.

Observadores internacionais previam que esta segunda eleição presidencial direta no país seria imperfeita, mas expressaram esperança de que os afegãos aceitariam o resultado legítimo.

Os resultados eleitorais parciais começaram a chegar a Ca­­bul ontem mesmo. Uma porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos, Fleur Cowan, disse apenas que a Comissão Eleitoral Independente pode anunciar resultados oficiais. "Tudo o mais é especulação neste momento", ela disse.

Um funcionário eleitoral graduado, Zekria Barakzai, disse à Associated Press estimar que entre 40% e 50% dos 15 milhões de eleitores registrados do país compareceram às urnas – re­­sultado bem inferior aos 70% que votaram em 2004.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.