O governo de coalizão do primeiro-ministro holandês Jan Peter Balkenende desmoronou neste sábado (20), resultado da falta de consenso dos dois maiores partidos quanto à retirada planejada das tropas do Afeganistão neste ano.
A queda do governo no país-membro da UE, somente dois dias antes do terceiro aniversário da coalizão, torna quase certo que os dois mil soldados holandeses voltarão para casa em 2010 e pode instigar novas eleições parlamentares.
O colapso, o quarto de um gabinete liderado por Balkenende em oito anos, lança dúvidas sobre o alcance e o cronograma de cortes planejados no orçamento do próximo ano enquanto a economia local luta para emergir da crise.
"Infelizmente eu noto que não há mais um caminho frutífero para os Democratas Cristãos, o Partido Trabalhista e a União Cristã seguirem," disse Balkenende, líder do DC, aos repórteres.
A queda ocorreu depois de mais de 15 horas de conversas que se prolongaram na manhã de sábado, após discussões estridentes durante a semana.
Balkenende queria prolongar a atuação das tropas holandesas na missão da Otan no Afeganistão para além do prazo de agosto, mas o Partido Trabalhista do vice-premiê Wouter Bos se opôs.
A Otan solicitou à Holanda e outras dez nações participantes da missão que analisem a possibilidade de prolongar sua estadia no Afeganistão no momento em que a aliança busca conter a insurgência do Taleban.
As eleições parlamentares não ocorreriam antes do meio do ano, mas provavelmente seriam seguidas por meses de conversas entre os partidos para formar um governo.
Um novo governo pode ter dificuldades para se firmar. As pesquisas de opinião mostram que cinco ou seis partidos podem ser necessários para garantir uma coalizão de maioria no parlamento de 150 cadeiras.
O parlamentar de direita Geert Wilders, do Partido da Liberdade, que pediu o fim da missão no Afeganistão, pode se sagrar vencedor no próximo pleito.
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