O governo líbio expulsou do país um correspondente da Reuters nesta quarta-feira. Nenhum motivo foi apresentado pelo governo para mandar embora o repórter Michael Georgy, que estava em Trípoli desde 28 de fevereiro junto com um pequeno grupo de jornalistas autorizados a trabalhar sob restrições das autoridades líbias.
Georgy, um norte-americano que está atualmente baseado no Paquistão, foi informado na noite de terça-feira que ele teria que deixar a Líbia. Ele chegou à vizinha Tunísia na quarta-feira.
"Lamentamos a decisão das autoridades líbias de expulsar nosso correspondente e lamentamos o fato de que nenhuma razão tenha sido dada para a expulsão dele", disse o editor-chefe da Reuters, Stepehn Adler. "Estamos comprometidos em manter nossa cobertura precisa e imparcial dos acontecimentos na Líbia."
Georgy e um fotógrafo da Reuters passaram várias horas detidos por forças de segurança líbias este mês após terem tentado chegar à cidade sob controle dos rebeldes de Misrata sem a permissão de "guarda-costas" do governo, que não deixam os jornalistas estrangeiros saírem de seu hotel a não ser em viagens escoltadas.
Uma equipe multimídia da Reuters permanece em Trípoli como parte do contingente de mídia sob supervisão do governo.
Georgy, que é fluente no idioma árabe, ingressou na Reuters em 1995. Ele já trabalhou no Cairo, Londres, Bagdá e Johanesburgo, entre outras cidades do mundo, principalmente do Oriente Médio.
A Reuters, do grupo Thomson Reuters com sede em Nova York, líder no fornecimento de informações, emprega cerca de 3.000 jornalistas em vários países.
Com reportagens em inglês, árabe e outros vários idiomas, a Reuters tem escritórios no Oriente Médio há mais de um século.
Alguns governos árabes têm tomado medidas contra a liberdade de imprensa diante das manifestações populares na região nos últimos três meses. A Arábia Saudita expulsou um correspondente estrangeiro da Reuters de Riad também este mês, e a Síria expulsou o correspondente da agência em Damasco na semana passada.
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