O candidato de esquerda Ollanta Humala, líder na corrida presidencial do primeiro turno no Peru, marcado para 10 de abril afirmou ontem que não pretende "mudar o sistema capitalista". Ele tenta acalmar os investidores e eleitores, prometendo apenas mudanças "graduais".
Humala, de 48 anos, ficou perto da ganhar a disputa presidencial em 2006, com o apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Mas ele acabou perdendo para o presidente Alan García.
"Nós não estamos tentando mudar o sistema capitalista", disse em entrevista à rádio nacional do Peru, RPP. "Este não é um tema ideológico, é econômico. Nossa meta é resolver os problemas do país", afirmou, explicando sua posição política.
Na segunda-feira, após a divulgação de pesquisas com Humala em primeiro na disputa presidencial, a Bolsa de Valores do Peru caiu 5,16%. Atento aos temores, Humala leu na segunda-feira um "compromisso" com a nação, em entrevista coletiva para a televisão. Ele se comprometeu a respeitar os acordos e tratados internacionais, sem questioná-los "unilateralmente".
Segundo o candidato, porém, algumas cláusulas "flagrantemente ilegais" podem ser revisadas. Ele também garantiu que respeitará a autonomia do Banco Central, a independência do Judiciário e trabalhará para garantir a estabilidade macroeconômica, adotando apenas mudanças "graduais".
A estratégia de Humala é semelhante à adotada por Luiz Inácio Lula da Silva, quando o brasileiro foi candidato em 2002. A "Carta ao povo brasileiro" de Lula ajudou a acalmar os mercados e aplacar desconfianças, e o petista acabou governando por dois mandatos. Já Humala luta primeiro para ir ao segundo turno, na disputada corrida presidencial peruana. Entre seus rivais estão o ex-presidente Alejandro Toledo e a deputada Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que está preso.
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