O governo Obama abandonou nesta sexta-feira (13) o termo "combatente inimigo" e incorporou o direito internacional como base para a detenção de suspeitos de terrorismo na prisão de Guantánamo, que deve ser desativada nos próximos meses.
O Departamento de Justiça dos EUA disse ter protocolado documentos judiciais expressando seu rompimento com os padrões de detenção do governo Bush, e disse que só aqueles que forneceram apoio "substancial" à al-Qaeda e ao Taleban serão considerados passíveis de detenção.
"Enquanto trabalhamos para o desenvolvimento de uma nova política para governar os detentos, é essencial que operemos de maneira que fortaleça nossa segurança nacional, seja consistente com nossos valores e seja governada pela lei", disse o secretário de Justiça, Eric Holder, em nota.
"A mudança que fizemos hoje (sexta) atende a cada um desses padrões e deixará nossa nação mais forte."
Ao contrário do que ocorria no governo de George W. Bush, que tentou aumentar imensamente seus poderes, a nova política de detenções não se baseia na autoridade do presidente como comandante-chefe para manter suspeitos de terrorismo em Guantánamo.
Tal política vinha sendo submetida a inúmeras contestações judiciais e a sentenças da Suprema Corte que recriminavam o governo Bush.
Agora, o Departamento de Justiça diz que sua nova política "recorre às leis internacionais de guerra para informar a autoridade estatutária conferida pelo Congresso".
"Ela estabelece que indivíduos que apoiaram a Al Qaeda e o Taleban são passíveis de detenção apenas se o apoio foi substancial. E não emprega a frase 'combatente inimigo'".
O governo Bush usava tal termo porque considerar um suspeito como preso de guerra iria lhe conferir direitos sob a Convenção de Genebra.
A nota de Holder diz que o governo Obama está revendo toda a sua política prisional, como parte do seu plano de fechar a prisão de Guantánamo, e que novos ajustes são possíveis.