O Governo do Paquistão não permitirá a realização da manifestação convocada para esta terça-feira pela ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, em protesto contra o estado de exceção no país, segundo afirmou nesta segunda-feira o ministro do Interior paquistanês, Aftab Sherpao.
Sherpao revelou que o Governo pediu à ex-primeira-ministra que não realize a manifestação, alegando "razões de segurança".
Segundo o plano do partido de Bhutto, o Partido Popular do Paquistão (PPP), o protesto deveria marcar o ponto de partida para a campanha para as eleições legislativas, previstas para janeiro de 2008.
Originalmente, Bhutto havia previsto ir a Islamabad de Lahore, mas, segundo informou o canal de televisão "Geo TV", o PPP mudou de planos, e agora deseja levá-la à cidade de Kasur, onde fará um discurso.
Poucas horas antes do anúncio da proibição, Bhutto havia descartado novas conversas com o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, e convocou os cidadãos a participar da manifestação.
Bhutto se deslocou a Lahore neste domingo, para liderar na terça-feira uma grande manifestação contra Musharraf, e protestar contra o estado de exceção, decretado em 3 de novembro.
O general se comprometeu no domingo a liderar uma "transição democrática", e anunciou eleições legislativas para antes de 9 de janeiro de 2008, embora tenha se negado a estabelecer uma data para a suspensão das medidas de exceção.
Ambos os líderes mantiveram nos últimos meses conversas para conseguir um acordo de repartição de poder, embora o estado de exceção tenha suscitado fortes críticas por parte da líder opositora.
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