O novo governo do Paraguai anunciou que enviará nesta quarta-feira (27) ao Congresso o orçamento para 2009, em meio a uma polêmica sobre a inclusão dos gastos sociais da central hidroelétrica de Itaipu.
Os gastos sociais constituem uma verba especial que a usina paraguaio-brasileira destina a projetos para as comunidades afetadas por sua construção, e que no Paraguai estão sendo investigados sob suspeitas de desvio de fundos.
O governo do presidente Fernando Lugo se comprometeu a abrir as contas da empresa a organismos de controle, que até agora não puderam fiscalizar os registros contábeis pelo argumento de que estes seriam de caráter supranacional.
Lugo prometeu mudanças profundas na administração do Estado, atingido pela corrupção, depois de ter derrotado nas urnas o conservador Partido Colorado, que esteve no governo por mais de seis décadas.
"Na quarta-feira o ministro (da Fazenda Dionisio) Borda apresentará aos líderes de bancada e presidentes das câmaras as propostas do orçamento geral de gastos", anunciou a jornalistas o chefe de gabinete, Miguel López.
A oposição à aliança de centro-esquerda liderada por Lugo acusou o governo de manter um discurso incoerente por se negar a incluir um detalhe sobre os fundos na folha de gastos que seria analisado e aprovado pelos parlamentáres.
"Isso é impossível por que o gasto social faz parte da tarifa. Vamos utilizá-lo mas com transparência", disse o diretor paraguaio da central, Carlos Mateo. "Nós responderemos aos pedidos de informação, mas se este dinheiro não for gasto, vira superávit", acrescentou.
Lugo e seus colaboradores denunciaram recentemente que receberam um Estado praticamente sem recursos e que os fundos da empresa permitirão a execução de projetos orientados à população mais carente, que dará um descanso às autoridades, sobre as quais existem enormes expectativas.
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