Registros contábeis não puderam ser fiscalizados na gestão anterior, pois seriam de caráter supranacional| Foto: Jorge Adorno / Reuters

O novo governo do Paraguai anunciou que enviará nesta quarta-feira (27) ao Congresso o orçamento para 2009, em meio a uma polêmica sobre a inclusão dos gastos sociais da central hidroelétrica de Itaipu.

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Os gastos sociais constituem uma verba especial que a usina paraguaio-brasileira destina a projetos para as comunidades afetadas por sua construção, e que no Paraguai estão sendo investigados sob suspeitas de desvio de fundos.

O governo do presidente Fernando Lugo se comprometeu a abrir as contas da empresa a organismos de controle, que até agora não puderam fiscalizar os registros contábeis pelo argumento de que estes seriam de caráter supranacional.

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Lugo prometeu mudanças profundas na administração do Estado, atingido pela corrupção, depois de ter derrotado nas urnas o conservador Partido Colorado, que esteve no governo por mais de seis décadas.

"Na quarta-feira o ministro (da Fazenda Dionisio) Borda apresentará aos líderes de bancada e presidentes das câmaras as propostas do orçamento geral de gastos", anunciou a jornalistas o chefe de gabinete, Miguel López.

A oposição à aliança de centro-esquerda liderada por Lugo acusou o governo de manter um discurso incoerente por se negar a incluir um detalhe sobre os fundos na folha de gastos que seria analisado e aprovado pelos parlamentáres.

"Isso é impossível por que o gasto social faz parte da tarifa. Vamos utilizá-lo mas com transparência", disse o diretor paraguaio da central, Carlos Mateo. "Nós responderemos aos pedidos de informação, mas se este dinheiro não for gasto, vira superávit", acrescentou.

Lugo e seus colaboradores denunciaram recentemente que receberam um Estado praticamente sem recursos e que os fundos da empresa permitirão a execução de projetos orientados à população mais carente, que dará um descanso às autoridades, sobre as quais existem enormes expectativas.

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