Tanques tomaram a principal praça da cidade sitiada de Hama, na Síria, e a eletricidade e as linhas telefônicas foram cortadas nesta quarta-feira. O governo do presidente Bashar Assad não mostra sinais de interromper o intenso ataque militar contra o levante, que já chega ao quinto mês.
Pelo menos três tanques tomaram posições na praça Assi, centro de Hama, onde centenas de milhares de manifestantes contrários ao regime se reuniram nas semanas anteriores à última repressão em algumas das maiores demonstrações contra o governo de Assad.
Nos últimos quatro dias, tropas sírias apertaram o cerco a Hama, fazendo com que moradores fugissem de suas casas. O número de mortos desde domingo chegou a cerca de 100 pessoas, mas os números exatos são difíceis de apurar, segundo ativistas.
Novas explosões e disparos foram ouvidos em muitas partes da cidade na manhã desta quarta-feira, disseram ativistas. "Estamos sendo submetidos a bombardeios, disparos de arma de fogo, francoatiradores, tudo o que você puder imaginar", disse o ativista Omar al-Hamawi.
A eletricidade e as linhas fixas de telefone foram cortadas na manhã desta quarta-feira em Hama, mas a telefonia celular havia sido restaurada parcialmente no início da tarde.
Segundo Al-Hamawy, que falou por telefone, a maioria dos ataques tem como alvo o bairro de al-Hader. Ele disse que disparos esporádicos de tanques e armas de fogo também eram ouvidos em outras partes da cidade. Ele falou pouco, dizendo que precisava poupar a bateria do celular para ver como estavam seus parentes.
"Nesta manhã, as pessoas ouviram o som de bombas", disse Rami Abdul-Rahman, presidente do Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres. As linhas telefônicas foram cortadas. Segundo ele, moradores da periferia de Hama informaram terem visto linhas de tanques se dirigindo para a cidade no início do dia e explosões foram ouvidas logo depois. As informações são da Associated Press.