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Com as nações ocidentais se mostrando cada vez mais dispostas a uma ação militar no país mesmo sem o aval da ONU, o governo sírio reagiu nesta quarta-feira (28), no que poderia ser sua última cartada antes da intervenção. Em uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o governo de Assad acusou os rebeldes pelo ataque químico e pediu às Nações Unidas para manter a sua equipe de inspetores em Damasco para além do seu prazo de domingo, solicitação que poderia complicar o cronograma para o esperado ataque militar.

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Veja quais são os principais personagens envolvidos na crise síria.

Na carta, o governo de Assad afirmou que rebeldes atacaram forças sírias com armas químicas, nos arredores de Damasco, em três dias no início deste mês. Mais cedo, o vice-chanceler sírio, Faisal Maqdad, já havia dito que apresentou provas aos inspetores de armas químicas da ONU de que grupos terroristas armados usaram gás sarin em todos os locais dos supostos ataques, e que teriam recebido ajuda dos EUA, Reino Unido e França.

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Os especialistas deixaram o hotel em Damasco pela manhã e se dirigiram a um subúrbio a leste da capital, segundo ativistas opositores.

Mais cedo, o primeiro-ministro David Cameron recebeu apoio nesta quarta-feira do conselho de segurança britânico para uma ação sobre a Síria, após uma reunião de emergência em que foi afirmado que o uso de armas químicas era inaceitável e que o mundo não deve esperar para agir. Com esse respaldo, o Reino Unido pressionou o Conselho de Segurança da ONU para que aprovasse uma intervenção militar no país. Apesar disso, reunião dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança terminou sem que seus participantes fizessem comentários sobre o projeto de resolução apresentado pelo Reino Unido.

Enquanto crescem as pressões para uma intervenção militar, Ban Ki-moon, defendeu uma solução diplomática. Ban fez um apelo para que o Conselho aguarde um parecer da equipe de inspetores que investiga o uso de substâncias tóxicas que podem ter matado até 1.300 pessoas. Os inspetores visitaram nesta quarta-feira pela segunda vez a área alvo de ataque químico, nos arredores de Damasco.

"Deem uma chance à paz. Deem uma chance à diplomacia", conclamou o secretário-geral da ONU durante uma visita a Haia. "É essencial apurar os fatos. Os inspetores conseguiram coletar amostras valiosas e entrevistar vítimas e testemunhas. A equipe precisa de tempo para fazer o seu trabalho".

Para a Rússia, o Conselho de Segurança da ONU também deve aguardar os relatórios dos inspetores antes de considerar uma resposta. A declaração do vice-chanceler Vladimir Titov sinalizou a oposição da Rússia à proposta do Reino Unido de apresentar uma resolução ao Conselho, nesta quarta, autorizando "medidas necessárias" para proteger os civis sírios. O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse que a intervenção dos EUA na Síria seria um desastre.

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As articulações internacionais por uma ação contra a Síria ganham força, com a Otan afirmando nesta quarta-feira que o caso não pode ficar sem resposta. O secretário-geral da aliança atlântica, Anders Fogh Rasmussem, disse que informações de diversas fontes apontam para o governo do presidente Bashar al-Assad como o culpado pelo ataque químico. Para Rasmussem, a questão constitui uma clara violação das normas internacionais e os responsáveis devem prestar contas.