As autoridades da Síria não se reunirão em Moscou com membros da oposição do país, informaram nesta segunda-feira fontes diplomáticas sírias à agência de notícias "Interfax".
De acordo com o embaixador sírio em Moscou, Riyad Haddad, a Rússia tinha informado ao governo de seu país sobre planos de receber representantes da oposição interna ao regime de Bashar al Assad e da diáspora síria.
"A Rússia insiste que o diálogo é a única via possível de saída à crise e temos certeza que manterá essa postura durante as conversas com a oposição. Nós também queremos sair o mais rápido possível da crise", disse.
O representante do Kremlin para a África e o Oriente Médio, Mikhail Margelov, convidou governo e opositores sírios a estabelecer um diálogo na capital russa para chegar a um acordo sobre os violentos distúrbios que acontecem no país desde o início do ano.
"É preciso começar o mais rápido possível um autêntico diálogo político. Este diálogo nacional deve estabelecer-se com todas as partes e não só com aqueles com os quais mais convém", disse o diplomata depois de se reunir com a delegação da oposição síria.
Margelov acrescentou que representantes da oposição se encontrarão nesta segunda-feira com o vice-ministro de Relações Exteriores Vsevolod Bogdanov.
"No nosso modo de ver, o diálogo político amplo, com a participação de todas as forças construtivas, o Governo e a oposição, é a única alternativa", disse Bogdanov à agência "RIA Novosti".
O diplomata explicou que conversas entre autoridades e dirigentes locais de algumas forças opositoras acontecem em nível provincial na Síria, mas que os líderes dos partidos políticos opositores temem ser detidos, já que há pouca confiança no regime.
Por outro lado, um porta-voz da oposição síria estabelecido em Moscou, Mahmud al Hamza, afirmou que os representantes da oposição presentes nesta segunda-feira em Moscou não eram autênticos opositores a al Assad.
"Essa delegação que se chama de oposição interna síria são uns impostores. Esses representantes mantêm estreitas relações com o Governo. São leais às autoridades", disse à agência "Interfax".
Hamza acrescentou: "Essa delegação não tem nada a ver com a oposição. Estão contra o levantamento. Está organizada pelas próprias autoridades sírias e tenho provas. Isto é um espetáculo para a imprensa".
No último dia 4, a Rússia e a China exerceram seu direito a veto no Conselho de Segurança da ONU para impedir que fosse aprovada a resolução de condenar a Síria pela repressão contra os manifestantes.
A Rússia justificou seu veto dizendo que se opõe à repetição do "roteiro líbio" na Síria, já que para o país a Otan teria de excedido no cumprimento de uma resolução da Organização das Nações Unidas na Síria, ao se colocar ao lado da oposição ao regime do coronel Muammar Kadafi e não se limitar a defender a população civil.
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