O Partido Socialista (PSOE), de José Luis Rodríguez Zapatero, sofreu sua pior derrota eleitoral em 30 anos de democracia na Espanha e se transformou na mais nova vítima da crise econômica que assola a Europa. Ontem, seu partido foi punido nas eleições regionais e os espanhóis promoveram uma guinada sem precedentes para a direita. A derrota coloca pressão para que Zapatero renuncie e convoque eleições antecipadas ainda em 2011.

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O resultado deve incomodar os mercados hoje e será recebido como mais um sinal de incerteza a respeito dos planos de ajustes dos governos europeus. O temor é de que Zapatero não tenha como implementar suas políticas de austeridade. O primeiro-ministro socialista, no entanto, negou qualquer intenção de alterar o calendário eleitoral da Espanha. "Não haverá eleições antecipadas", declarou ainda na noite de ontem.

Outra preocupação é que, após o calor da votação, governos locais revelem que suas dívidas são, na realidade, bem superiores ao que diziam antes do pleito. Há um ano, o governo da Catalunha admitiu que seu buraco financeiro era, na verdade, 60% maior do que se previa antes das eleições.

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Ontem, os espanhóis escolheram cerca de 70 mil prefeitos, deputados e vereadores em 8,1 mil cidades. Os socialistas fizeram história ao anunciar sua derrota assim que as urnas foram abertas para a apuração, algo que a Espanha nunca havia visto em três décadas de democracia. Com todos os votos contados o Partido Popular (PP), de centro-direita, obteve 37%, 2 milhões de votos e 10 pontos porcentuais a mais do que os socialistas, a maior diferença já registrada desde o fim da ditadura de Francisco Franco.