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O ministro das relações exteriores britâncio, William Hague, disse que o país não colocará seu diplomatas em risco | Ben Stansall/AFP Photo
O ministro das relações exteriores britâncio, William Hague, disse que o país não colocará seu diplomatas em risco| Foto: Ben Stansall/AFP Photo

As difíceis relações entre Reino Unido e Irã chegaram nesta quarta-feira (30) a seu ponto de maior tensão em décadas com a decisão do governo britânico de fechar sua embaixada em Teerã e expulsar de Londres todos os diplomatas iranianos.

Na Câmara dos Comuns, o ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, ordenou o fechamento imediato da Embaixada iraniana e deu um prazo de 48 horas a seus diplomatas para que abandonassem o Reino Unido.

O ministro anunciou que a embaixada britânica já foi fechada em Teerã, e todos os funcionários deixaram o país. Esta foi a resposta do Executivo britânico à invasão a sua embaixada realizada por jovens radicais islâmicos. O Reino Unido responsabiliza o governo iraniano por não garantir a segurança de sua missão diplomática.

Hague explicou que por causa das políticas de direitos humanos e dos programas nucleares do Irã, as relações de Teerã são difíceis com o Reino unido e com outros países, mas isto "nunca pode colocar em jogo a segurança dos diplomatas".

Ele insistiu que o incidente foi "uma violação" das leis internacionais e mais concretamente da Convenção de Viena, que obriga os Governos a garantir a segurança dos diplomatas e das embaixadas estrangeiras em seu território.

O ministro de Relações Exteriores denunciou que as autoridades iranianas não protegeram sua embaixada, "algo pelo qual qualquer nação se envergonharia", e acusou os 200 manifestantes envolvidos de fazer parte da milícia de estudantes Basij "controlada por elementos do regime iraniano".

Hague relatou que os manifestantes saquearam e destruíram as casas dos funcionários situadas nos arredores da residência do embaixador, destruíram móveis, roubaram e queimaram o principal edifício de escritórios.

De acordo com a versão do governo britânico, a Polícia diplomática iraniana atuou "de maneira tardia". O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, ameaçou com medidas "muito duras" por um fato que considerou como um "ultraje".

Hague explicou que fechou a embaixada britânica em Teerã após ter retirado "há poucos minutos" seus 24 empregados e suas famílias, algo que não ocorria desde abril de 1997.

Nessa data, todos os países da União Europeia retiraram seus embaixadores do Irã durante sete meses, depois que um tribunal alemão acusou os serviços secretos iranianos de participar do assassinato de quatro dissidentes curdos em um restaurante de Berlim.

Hague afirmou que o fechamento da embaixada britânica em Teerã "não é o fim do problema" e acrescentou: "Se um país torna impossível operar em seu território, não podemos esperar ter uma embaixada funcionando ali".

As duras palavras das autoridades britânicas e as contundentes medidas alimentam esta que é considerada a crise mais grave entre o Reino Unido e o Irã desde a revolução islâmica de 1979.

A tensão entre os países aumentou desde que Londres decidiu suspender todas as transações financeiras com os bancos iranianos por seu programa nuclear, que suspeita ter uma finalidade militar.

O Irã, que defende o conteúdo pacífico de seu programa atômico, respondeu na última semana com a tramitação de uma lei que reduz os laços diplomáticos com o Reino Unido, o que supõe de fato a retirada dos embaixadores.

Após a aprovação da nova lei por parte do Parlamento do Irã e sua validação pelo Conselho de Guardiães da Revolução iraniana, o único passo para sua aprovação seria a ratificação nos próximos dias por parte do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. EFE

raa/dsm

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