Representantes da União Europeia (UE) no Irã acreditam que a ocupação da embaixada do Reino Unido em Teerã por estudantes islâmicos "não foi espontânea", como afirmaram as autoridades iranianas, e sim uma ação coordenada.
A invasão foi discutida nesta quarta-feira (30) em uma reunião de chefes das missões da UE no país. O encontro em Teerã aconteceu ao mesmo tempo em que o corpo diplomático britânico se preparava para deixar o país, e pouco tempo antes de Londres anunciar a expulsão de todos os diplomatas iranianos do Reino Unido.
A última vez que os embaixadores da UE se retiraram de comum acordo do Irã foi em abril de 1997, após um tribunal alemão acusar os serviços secretos iranianos de participação no assassinato de quatro dissidentes curdos no restaurante Mykonos, em Berlim, em 1992. Eles permaneceram sete meses fora do país.
"Os jovens que invadiram a embaixada tinham instruções de não tocar nas pessoas, mas sim destruir equipamentos e causar o maior estrago possível", afirmou o diplomata ouvido pela Efe.
Ele disse que o prédio da embaixada sofreu graves danos, tanto em seus escritórios como nos centros de atendimento ao público. Os estudantes iniciaram a invasão por volta das 15h30 (hora local), e a polícia só começou a agir às 20h30, disse a fonte.
Quando entraram, fizeram um grande número de diplomatas e funcionários de reféns, que ficaram presos até serem libertados pelas forças de segurança.
Segundo a agência de notícias local "Fars", seis diplomatas foram detidos. De acordo com a fonte ouvida pela Efe, no entanto, mais de vinte pessoas foram feitas reféns.
Durante a madrugada, diplomatas franceses chegaram à embaixada britânica e transportaram seus colegas para a embaixada da França em Teerã, onde passaram a noite antes de irem embora do país.
O subcomandante da polícia do Irã, Ahmaz Reza Radan, disse nesta quarta-feira que há um grupo de estudantes detidos. A agência "Fars" noticiou que doze pessoas foram presas, de um total de 200 invasores.
Radan condenou o ataque à embaixada. Os estudantes afirmaram que continuarão seus protestos contra o Reino Unido e outros países ocidentais, que praticam ou ameaçam aprofundar as sanções contra o Irã em retaliação ao programa nuclear desenvolvido no país asiático.
Tanto o Ministério das Relações Exteriores do Irã como alguns parlamentares deploraram o ato e asseguraram que o país respeita a Convenção de Viena, que garante proteção às embaixadas e consulados.
No entanto, Ali Larijani, líder do Congresso e um dos mais influentes dirigentes do país, disse hoje que a ação dos estudantes islâmicos "reflete a opinião da nação iraniana sobre o governo britânico", e atacou a postura de Londres, que qualificou de "hostil", em relação ao Irã.
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