Ligações telefônicas interceptadas demonstram que as tropas e os tanques russos invadiram a Geórgia antes de esse país lançar uma ofensiva na Ossétia do Sul, afirmou o governo georgiano nesta terça-feira (16). Tbilisi argumenta que Moscou foi o agressor, na guerra travada entre os dois países no último mês.

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As gravações liberadas pelo governo georgiano buscam mudar a versão dos russos sobre a breve guerra. Em cinco dias, o confronto matou centenas de pessoas e aprofundou as tensões entre a Rússia e o Ocidente.

A Rússia sempre afirmou que a Geórgia era o agressor. Moscou argumenta que apenas respondeu militarmente para defender os cidadãos e as forças de manutenção de paz russos na Ossétia do Sul.

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A Geórgia sustentou que as gravações registram conversas telefônicas entre dois guardas da fronteira da Ossétia do Sul. Essas ligações comprovariam que o ataque russo ocorreu várias horas antes da ofensiva da Geórgia, nas últimas horas de 7 de agosto.

As conversas foram divulgadas primeiro pelo The New York Times, nesta terça-feira. Um funcionário georgiano do Ministério do Interior, Shota Utiashvili, reproduziu duas das gravações para a Associated Press e forneceu traduções por escrito. Segundo Utiashvili, elas comprovam "que russos fortemente armados entraram na Geórgia aproximadamente 20 horas antes do início da guerra". "Isso de novo comprova nossa alegação de que a Geórgia agiu em autodefesa, e não em um ataque não provocado."

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores russo Andrei Nesterenko falou que a versão georgiana "não é séria". Segundo ele, qualquer grande movimentação de tropas seria facilmente percebida pelos satélites usados por nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Visita

O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, estava nesta terça-feira em Tbilisi. Segundo ele, a aliança continuará se expandido, apesar da oposição russa. "O processo de crescimento da Otan continuará, com a devida precaução, mas também com um propósito claro - ajudar a criar uma Europa estável, não dividida", disse De Hoop Scheffer.

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Além dele, estavam na Geórgia os embaixadores na Otan de todos os 26 países membros da aliança, para demonstrar apoio à Geórgia e solicitar a Moscou que retire suas tropas da território georgiano, como previsto no cessar-fogo firmado pelos dois países.

De Hoop Scheffer condenou o fato de a Rússia reconhecer as províncias separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia como independentes da Geórgia. Segundo ele, a soberania e a integridade territorial desse país devem ser respeitadas. As informações são da Associated Press.