Obama estabeleceu a meta de dedicar 3% do PIB do país à pesquisa científica, durante discurso na Academia Nacional de Ciências, em Washington| Foto: Kevin Lamarque / Reuters

O surto de gripe que deixou os EUA em situação de emergência sanitária demonstra a necessidade de um forte compromisso do governo com a pesquisa científica, disse o presidente Barack Obama nesta segunda-feira (27).

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Em discurso na Academia Nacional de Ciências, onde falou também de mudanças climáticas e do currículo das escolas públicas, Obama estabeleceu a meta de dedicar 3 por cento do PIB à pesquisa científica.

"Se já houve um dia para nos lembrar do nosso interesse partilhado na ciência e na pesquisa, esse dia é hoje", disse Obama. "Nossa capacidade de lidar com um desafio de saúde pública desse tipo depende fortemente do trabalho da nossa comunidade científica e médica. E este é mais um exemplo de por que não podemos permitir que nossa nação fique para trás."

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Obama disse que os casos de gripe suína nos EUA não são "causa para alarme", mas que o governo está monitorando atentamente a situação.

As autoridades dizem que a declaração de emergência da saúde pública foi por precaução, diante da doença que matou pelo menos 149 pessoas no México e se espalhou para o resto da América do Norte e a Europa. Embora não tenha havido mortes fora do México, há temores de uma pandemia.

Obama disse que, destinando 3 por cento do PIB à pesquisa, os EUA irão superar os investimentos recordes da época da corrida espacial com a União Soviética, nas décadas de 1950 e 60.

A meta inclui gastos públicos e privados. Atualmente, os EUA destinam 2,66 por cento do seu PIB para pesquisa e desenvolvimento, segundo a Casa Branca.

Parte dos gastos adicionais consta no pacote de estímulo econômico de 787 bilhões de dólares sancionado em fevereiro por Obama. Na sua proposta orçamentária para 2010, o presidente defende benefícios tributários permanentes para os investimentos privados em pesquisa.

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Obama completa cem dias de governo nesta quarta-feira (29), e o discurso é parte das iniciativas da Casa Branca para destacar seus feitos nesse período. O presidente também salientou suas propostas contra a mudança climática, que enfrentam resistência no Congresso, e disse que "romper nossa dependência dos combustíveis fósseis é o desafio desta geração".

Obama defende que até 2020 os EUA reduzam suas emissões de gases do efeito estufa para os mesmos níveis de 1990 - uma diminuição de 15 por cento sobre os valores atuais. Para isso, a Casa Branca defende um sistema de créditos comercializáveis, visto pela bancada republicana como uma espécie de imposto energético disfarçado. Alguns democratas moderados também temem o impacto desse sistema sobre a economia e os empregos.