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Veja os países onde a gripe suína já chegou e outros com casos supeitos |
Veja os países onde a gripe suína já chegou e outros com casos supeitos| Foto:

Monitoramento é essencial para prevenção

Da mesma maneira misteriosa com que chegam, os vírus também somem. Uma pandemia costuma durar entre 18 a 24 meses, mas ninguém sabe ao certo por que o vírus de repente desaparece.

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Casos sobem para 615

A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou neste sábado que o número de casos de gripe suína em todo o mundo praticamente dobrou, passando de 365 para 615 pessoas contaminadas.

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Perguntas sem respostas sobre a gripe A H1N1

Faz parte do jogo quando um novo vírus aparece: há muitas perguntas e poucas respostas. Um dos maiores questionamentos sobre o A H1N1 é por que o número de vítimas fatais é tão grande no México.

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  • Confira a evolução da gripe A H1N1 desde meados de março

Quando em apenas duas semanas o vírus da gripe suína apareceu numa pequena comunidade do interior do México e migrou para pontos tão distantes como Hong Kong, Paris, Jerusalém e Auckland, ele estava apenas fazendo aquilo que os vírus mais assustadores sabem fazer melhor: irromper subitamente de forma misteriosa e aparentemente incontrolável.

Mesmo com as precauções tomadas pelo governo, não há evidências para suportar a tese de que o vírus da gripe A H1N1 (nome oficial) não vá chegar ao Brasil. O próprio ministro da Saúde, José Gomes Temporão, já deixou isso claro: a chegada do vírus é inevitável, disse ele na sexta-feira. No Paraná, são quatro casos suspeitos em observação.

Tudo isso é motivo para pânico? A princípio, não. Ou, pelo menos, não muito. O vírus não parece sequer chegar perto de causar os danos das piores pandemias. O A H1N1 é responsável por enquanto por 17 mortes – embora mais de 150 estejam sendo investigadas, todas elas no México. O governo mexicano também revelou na sexta-feira que o número de infectados pode ser bem menor do que o previsto. De 908 casos suspeitos que foram testados, apenas 397 continham o vírus. Para efeitos de comparação, a gripe comum mata entre 250 mil a 500 mil pessoas por ano no mundo.

A má notícia é que os vírus possuem uma capacidade assustadora para sofrer mutação e aparecer em seguida numa forma muito mais letal. "As pandemias vêm em ondas, e a primeira é normalmente a mais fraca", diz o infectologista Luiz Jacintho da Silva, professor da Unicamp.

A gripe espanhola de 1918, "a mãe de todas as pandemias", por exemplo, foi quase inofensiva num primeiro momento – ainda que altamente contagiosa. Apenas depois de completar a primeira volta ao mundo é que ela chegou a ser devastadora – cerca de 50 milhões de pessoas morreram. Alguns cálculos estimam até 100 milhões de mortos.

Mas há algumas diferenças importantes entre a grande gripe suína de 1918, como também é chamada a gripe espanhola, e a atual gripe do vírus A H1N1. A positiva é que além de podermos nos defender depois da infeção (antivirais), também temos capacidade para a produção de uma vacina (em média, ela pode ser produzida de quatro a seis meses após a indentificação do vírus). "A gripe suína seria a primeira pandemia de gripe em que o mundo todo está tomando medidas preventivas no tempo real do seu avanço", afirma o médico infectologista Stefan Cunha Ujvari, autor do livro A história da humanidade contada pelos vírus (Ed. Contexto). Em ambos os casos, vacina e antiviral, no entanto, não há garantia de sucesso – mas esse não é o lado negativo.

A grande ameaça é o próprio estilo de vida atual, o qual alguns consideram a "tempestade perfeita" para o surgimento e a propagação de um novo vírus. Esse estilo pode ser resumido em um simples gráfico: a relação entre o crescimento da população mundial e a velocidade para viajar em torno do planeta. Uma pessoa levaria cerca de 100 dias para circum-navegar o mundo em 1900. Hoje leva um dia, quando muito. No mesmo período de tempo, o número de habitantes no globo passou de 1,6 bilhão para 6,7 bilhões. Para o vírus, é o cenário perfeito: ao ter contato com mais pessoas de regiões diferentes, o agente infeccioso que acabaria extinto localmente pode se misturar com outros vírus, passar por mais mutações e resultar em algo completamente novo e ameaçador.

Reação mundial

A reação da Organização Mundial da Saúde ao combate do A H1N1 tem sido aplaudida pelas autoridades médicas em todo o mundo. A OMS soou o alerta de uma possível pandemia na quarta-feira. Na escala de um a seis (veja no gráfico), o ponteiro aponta para o nível 5, estágio de pré-pandemia. Em boa parte, as medidas tomadas só foram possíveis graças ao planejamento iniciado em 2007, após o surgimento do que se imaginava ser a próxima grande ameaça – o vírus H5N1, da gripe aviária, oriundo da Ásia. Além de maior compartilhamento de informações sobre a genética dos vírus entre os países, a OMS também coordenou uma bem sucedida campanha de informação sobre a doença e seus riscos. Identificar a ameaça do surto de um novo vírus ainda é a melhor maneira de reduzir os riscos de uma pandemia.

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