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Ao redor do mundo, pessoas estão usando máscara para tentar minimizar propagação | AFP
Ao redor do mundo, pessoas estão usando máscara para tentar minimizar propagação| Foto: AFP

Personagens

Há pouca informação sobre quem são, o que faziam e em que situação faleceram as vítimas da gripe suína. Saiba mais sobre três vítimas centrais do surto.

Primeiro infectado

Edgar Hernandez, 5 anos, é o chamado "paciente zero". Foi a primeira pessoa no México a ser infectada pela gripe suína. Ele mora em La Gloria, no estado de Veracruz, onde foi registrado um surto em março. Ele passa bem.

Primeira morteno México

Maria Gutierrez, 39 anos, deu entrada em um hospital de Oaxaca no dia 9 de abril com uma infecção viral incomum. Após os testes revelarem uma doença incomum, os médicos isolaram-na e notificaram as autoridades estaduais e federais. Ela morreu em 13 de abril. Dez dias depois saiu o resultado de seu exame, confirmando a presença do H1N1.

Primeira morte nos EUA

Um bebê de 22 meses foi a primeira vítima fatal da gripe suína nos EUA. Segundo autoridades de saúde americanas, o menino teria voltado recentemente do México com a família para Brownsville, no Texas, onde morava.

Fontes: New York Times, Agência Estado, Washington Post e Folhapress.

Faz parte do jogo quando um novo vírus aparece: há muitas perguntas e poucas respostas. Um dos maiores questionamentos sobre o A H1N1 é por que o número de vítimas fatais é tão grande no México – mas não em outros países. Há várias hipóteses.

Uma delas diz que um outro vírus ou bactéria comum no México, mas não em outros países, está se aproveitando da presença do vírus da gripe suína e sendo o verdadeiro responsável pelas mortes. Outra possível resposta, mais provável, é simplesmente uma discrepância na forma de contabilizar os dados da gripe.

"Das 110 milhões de pessoas no México, 1,6 mil casos foram reportados, com cerca de 100 mortes – sugerindo uma taxa de mortalidade de 6%. É quase certo que isso é má matemática, na medida em que o número total de casos provavelmente ignora milhares e milhares de casos mais brandos como os dos EUA. É perfeitamente possível que o México tenha 10 mil ou 100 mil casos – ou mesmo 1 milhão de casos", segundo o autor especialista em ciência David Dobbs, em artigo para a revista eletrônica Slate.

Outro questionamento é referente ao perfil das vítimas. O vírus da gripe espanhola de 1918, primo distante do atual A H1N1, surpreendeu ao provocar um enorme número de mortes de jovens adultos. Ao contrário da gripe sazonal comum, que costuma ter uma forma de "U", a gripe suína possui o formato de "W" (veja no gráfico). Uma teoria afirma que as pessoas com sistema imune mais saudável, ao reconhecer um vírus completamente diferente de tudo que já viu, apresentam uma reação tão forte que acaba matando não só o agente infeccioso mas também o próprio hospedeiro. Outros afirmam que os mais velhos conseguiram adquirir algum tipo de imunidade de epidemias de gripes anteriores, tornando-se resistentes a uma pandemia.

Só o tempo poderá ajudar a desvendar esses mistérios. Para Jaime Rocha, infectologista especializado em medicina do viajante, o essencial agora é descobrir se a taxa de letalidade do vírus H1N1 será alta, se irá trazer mais complicações e mortes do que outros tipos do influenza (vírus da gripe). "Não temos noção de quanto (o vírus) vai circular e quantas pessoas vão ser afetadas", afirma. "As dúvidas acabam girando em torno disso, se vai se espalhar mesmo, se vai ser grave e se o tratamento vai funcionar."

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